terça-feira, 22 de julho de 2008


COLUNA DA TERÇA-FEIRA - Alexandre Lalas


A hora da reação


Perdemos dois jogos, não fizemos gols e muita gente já põe na conta da ausência de Marcinho nossa má sorte nos dois jogos da semana passada. Menos. Marcinho não é craque. É apenas um bom jogador que vivia uma fase especial. Nossos problemas não se resumem a saída de nosso artilheiro. São mais sérios. Mais sérios até do que a saída de Renato Augusto, essa sim mais lamentável, na minha opinião.

Na semana passada, depois do ótimo jogo que fizemos contra o Vasco (com Marcinho no ataque), externei aqui, nesse mesmo blog, meu incômodo com o baixo número de chances criadas pelo nosso time na partida. Com o volume de jogo que tivemos, finalizar apenas sete vezes era muito pouco. Esse problema se repetiu na partida contra o Coritiba e no primeiro tempo do jogo contra o Vitória. Dominávamos o meio, jogávamos no campo do adversário, mas não tínhamos penetração. Culpar nossos atacantes é a solução mais fácil. De fato, Sousa e Tardelli não estão em seus melhores dias. A movimentação de ambos é um tanto desencontrada. E nenhum dos dois está no lugar e na hora certa para empurrar as bolas para dentro, como muitas vezes acontecia com Marcinho. Sousa está tão mal que sequer encontra a chance de finalizar. Mas não é só isso.

Jogamos com quatro jogadores no meio-campo que começaram as suas carreiras como volantes. Jaílton, Christian, Ibson e Jonatas. São todos bons jogadores. Sabem marcar, saem bem para o jogo. Jonatas tem uma rara visão de jogo e um passe impressionante. Ibson sabe conduzir bem a bola e é incansável. Mas nenhum dos dois tem presença de área. Eles, por hábito, jogam atrás da linha da bola. A saída de Renato Augusto, somada à contusão de Kléberson (que talvez seja, dentro do elenco do Flamengo, a melhor opção para esta função), deixou o time órfão de um jogador para esta posição. Um meia-atacante. Curiosamente, as duas melhores partidas do time neste campeonato foram com uma formação assim. Contra o Figueirense, Marcinho jogou como ponta-de-lança, com Maxi e Sousa na frente. Ganhamos com facilidade. Na partida contra o Náutico, Renato Augusto fez esta função, com Marcinho e Obina no ataque. Outra vitória com autoridade.

No jogo contra o Vitória, Caio Junior apostou em Erick Flores para fazer essa função. O garoto sabe jogar, mas sua posição não é esta. Nos juniores, jogava (e muito) como um terceiro homem de meio-campo, mais pelo lado esquerdo. Mais ou menos na mesma posição que Ibson tem jogado. Na ausência de Kléberson, talvez Tardelli fosse a melhor opção. Mas nosso bravo jogador padece de uma sonolência contagiante em determinados momentos do jogo.

Espero que nosso inteligente treinador encontre rápido as soluções para nossos problemas. Jogamos pelo ralo a nossa vantagem. E isso enfrentando adversários claramente inferiores. É hora da reação.

Até terça!

Flamengo Net

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