quinta-feira, 26 de junho de 2008

COLUNA DE QUINTA-FEIRA - Raphael Perret

O fator Ibson

Quando chegou de Portugal, Ibson veio com algum descrédito. Saiu pela porta dos fundos, no início de 2005, depois de um ano em que o Flamengo perdeu a final da Copa do Brasil para o Santo André e escapou do rebaixamento na última rodada do Brasileiro. Mas, no ano passado, Ibson acertou o meio-campo do Mengão. Teve ótimas atuações na famosa arrancada, sendo o motor do time. O jogador acelerava ou cadenciava a partida de acordo com o momento, além de ser eficiente nos desarmes.

Em 2008, caiu de produção, até relembrar o bom Ibson nos últimos jogos. Mesmo na derrota para o São Paulo, foi um dos destaques. Marcou dois gols de pênaltis em momentos cruciais. Outros jogadores vacilariam. Ele foi pro pau.

Ibson já deu mostras de que é rubro-negro. Se diz que não depende mais dele para ficar na Gávea, é porque é verdade. Não precisa ouvir xingamentos de "mercenário". Mesmo no fim do contrato, tem sido importante para o time. Suas boas atuações só nos fazem ficar esperançosos de que ele fique.

Se ele for mesmo embora, o Flamengo perde? Sim.

Mas Ibson é insubstituível? Não.

Então o meio-campo continuará forte? Depende.

Para desempenhar aquela função de terceiro homem, que ajuda na ligação com o ataque sem a função principal de armar uma jogada vertical, Fla tem, digamos, Toró, Jônatas, Kleberson, Marcinho e Erick Flores.

Toró vem desempenhando bem o papel de primeiro volante, ajudando na proteção. Deslocá-lo para terceiro homem significa abrir espaço no time para Jaílton e Cristian, o que, convenhamos, resultaria em muita esterilidade pra um meio-campo do Flamengo.

Jônatas é talentoso, mas anda com a cabeça sabe-se lá onde, reclamando e xingando. Contra o Ipatinga, nem viajou, por "problema de preparo físico" (vulgo "está gordo"). Apresentar este problema em junho só pode ser brincadeira.

Kleberson é a melhor opção. Marca bem e tem uma visão de jogo impressionante. Porém, ainda não recuperou o bom futebol da seleção de 2002. Chances, já teve, e decepcionou. Mas tem potencial. Como jogou bem contra o Ipatinga, merece nova avaliação.

Marcinho, nesta função, trabalharia como armador ao lado do quarto homem, que normalmente seria Renato Augusto. Mas, nesse caso, a marcação perde força. É uma opção legal para jogos contra adversários mais frágeis.

Já Erick Flores é uma boa revelação, que precisa ser lapidada e não pode se tornar titular de uma hora pra outra. Um longo Brasileirão servirá para mostrar seu potencial.

Ou seja, perder Ibson será lamentável. Mas o Flamengo conta com uma boa quantidade de opções, que precisam apenas ser trabalhadas para que possam manter o eficiente desempenho do time no Brasileiro, até aqui.

E para vocês? É melhor Ibson ficar? E se sair, quem poderá substituí-lo?

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Falácia - Reportagem do Globoesporte.com mostra os seis jogos em que Souza não atuou como titular no ano. Segundo o site, são uma vitória, três empates e duas derrotas. Só que, dos seis jogos, em três o Flamengo entrou com todo o time reserva. Ou seja, quando o Fla entrou em campo com o time titular, desfalcado de Souza - situação em que se encontrará o time no Recife, - venceu um jogo e empatou dois. Sim, o desempenho poderia ser melhor. Mas não é tão pífio como sugerido pela matéria.

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Ecos de Ipatinga - Diego Tardelli chamou a atenção neste jogo. Quando a bola não lhe vem redondinha, ele se esquece dela, como se o reizinho não pudesse se esforçar em consertar um passe levemente descalibrado. Com a bola, Tardelli sempre exagera. No momento certo de passar ou chutar, prefere um toque a mais, suficiente para dar tempo ao adversário. Se continuar assim, qualquer intenção ofensiva rubro-negra será neutralizada facilmente.

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É pra ganhar - Repito o que disse semana passada: é preciso embutir na mente dos jogadores que vencer o Sport é fundamental, pela configuração da oitava rodada, que conta com Cruzeiro x São Paulo, Palmeiras x Náutico e um Gre-Nal. Se o Flamengo ganha, no pior caso mantém a companhia de Grêmio e Cruzeiro na liderança, mas se afasta de São Paulo e de Palmeiras ou Náutico, um dos dois. São informações como essas que, bem trabalhadas, podem transformar um jogo sem muito apelo em uma decisão de vida ou morte, dando motivação à equipe. Comissão técnica, é com vocês.

Flamengo Net

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