Não tenho dúvida de que a torcida do Mengão será mais uma vez protagonista desse Campeonato Brasileiro. A presença consistente no último jogo e o apoio incondicional nos 90 minutos dão o recado que esse time precisa. O resultado não agradou, mas na minha opinião (atrasada, escrevo às sextas por opção), ou era 3x3 ou 2x4, como foi. Independente disso, mais uma vez veio das arquibancadas a demonstração exuberante do sentimento Flamengo. Emoldurada pela oportuna faixa "Brasileiro é obrigação", a torcida mostrou que está disposta a levar o time até onde ele quiser chegar. Quiser, sim. Porque na companhia da nação qualquer atleta é capaz de ir muito além do que poderia.
Algumas considerações, porém, se fazem necessárias. Para a simbiose acontecer de verdade, são necessárias contrapartidas que estão além do nosso alcance. A primeira delas: salários em dia e nem preciso me alongar nesse assunto. A segunda é o preparo físico e a terceira, um técnico que saiba treinar a equipe para uma competição de futebol profissional. Parece óbvio? Eu também pensava, mas os últimos anos nos ensinaram que nem todo mundo acha assim, principalmente os que deveriam zelar por isso. Mas esse é assunto de outro post.
Voltando à torcida, creio que as decepções mais recentes estão moldando o caráter de uma juventude que conheceu pouco o Flamengo avassalador e o deseja, mas ainda não consegue acreditar no renascimento. Ao mesmo tempo, os mais velhos, mesmo ressentidos, seguem catequisando a nova geração e percebem que a redenção está próxima e precisa deles. Quando esses dois sentimentos se encontram nos lares, nos bares, nas tribunas e nas arquibancadas, o Flamengo ganha. No campo e fora dele.
O time
A provável escalação de Jailton no jogo de domingo já fez despertar a ira dos mais afoitos. Eu confesso que também fiquei ressabiado. Depois, conversando com um amigo e pensando com mais frieza, não cheguei à conclusão alguma. Tomara que o nosso Caio Júnior seja mesmo tão estudioso quanto dizem e saiba o que está fazendo. É certo que longe da pressão da torcida e com funções meramente defensivas o cara pode até render e liberar nossos laterais pra invasão ao front adversário. Veremos. No mais, acho que já tá na hora de testar novas formações no ataque, com a volta do Renato Augusto (que é meia!) e o aproveitamento mais efetivo do Maxi e do Obina.
Mico da semana
E não é que inventaram mais uma torcida pra secar o rival das Laranjeiras? Pô, galera, pára com isso. O fracasso deles não é garantia do nosso sucesso. Deixa a palhaçadinha pra imprensa fanfarrona.
Gol da semana
A Olympikus dá sinais de respeito à torcida. O teaser no site e os emails em resposta aos consumidores rubro-negros foram boas jogadas. A atitude respeitosa deixou todo mundo ainda mais ansioso pra chegada dos novos uniformes. Vão vender muito, golaço.
Personagem da semana
Obina. O cara é um iluminado e sempre rende assunto. Tomara que siga rendendo em campo e justifique o marketing espontâneo que gera.
Para ficar ligado
Por falar em imprensa fanfarrona, nem bem começou e já encheu o saco esse lenga-lenga sobre o mercado de transferências no futebol. Posso garantir que 90% do que se diz e escreve por aí não vai se confirmar quando a bolsa de atletas abrir de verdade. No momento, vejo muito empresário esperto querendo se dar bem às custas da necessidade de notícia de nossos bravos periodistas. Plante que o jornal garante!
A rodada
O Flamengo tem mais time. Inteligência e paciência nos darão os três pontos.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
COLUNA DA SEXTA-FEIRA - Ricardo Amorim
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O papel da torcida
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