domingo, 4 de maio de 2008

O jogo de daqui a pouco

Escalação por escalação, o Flamengo é tecnicamente bem superior ao adversário de hoje. E tem ainda a vantagem do empate - outro dia vi um comentarista na TV soltando a estatística mandrake de que 70% das vezes, o time que tem essa vantagem sai campeão. Não sei se o número é verdadeiro, mas de qualquer jeito a situação é bem favorável.

O que não quer dizer que vai ser fácil. Precisando vencer, o Botafogo deve reforçar ainda mais o seu estilo de jogo costumeiro - que não apareceu na semana passada, quando estavam desfalcados e achando o empate uma boa. Trata-se de um time que marca com muita gente no campo do adversário, encurtando o espaço que o oponente tem para a saída de bola. O time inteiro fica em bloco em uma faixa estreita de campo, formando um primeiro bloqueio difícil de ultrapassar. Com esta formação, os rebotes todos também costumam ser deles, o que faz com que normalmente tenham muito mais posse de bola.

Porém, pra conseguir fazer esta marcação com a intensidade que precisam para o esquema funcionar, o meio-campo é escalado com três cabeças-de-área - Diguinho, Túlio e Leandro Guerreiro. Os três são dinâmicos, voluntariosos, correm bastante, mas não deixam de ser volantes. O resultado é que o único armador do time é o Lúcio Flávio, um jogador inteligente, mas que não se destaca por sua velocidade. Basta uma marcação como a que Toró fez no último jogo para que o poder de criação deles fique bastante comprometido.

Assim, toda a posse de bola normalmente não costuma se traduzir em muitas chances de gol se o time adversário tiver uma defesa bem armada - bons exemplos disso são a final da Taça Rio contra o Fluminense e mesmo o primeiro tempo da semi-final contra o Flamengo. Mas como têm muitas jogadas de bola parada e costumam chutar de meia distância, o fato de ter a bola rondando a área adversária por muito tempo acaba fazendo com que uma hora uma bola dessas possa entrar.

A maneira de escapar deles, portanto:

- Descobrir uma maneira de fazer a bola sair da nossa defesa para o ataque, vencendo o primeiro bloqueio, que é o mais complicado. Ter gente no meio como Renato Augusto ou mesmo o Jônatas, por exemplo, capaz de dar passes mais longos, seria importante porque, para encurtar o campo, eles acabam se utilizando muito de linha de impedimento. Como os dois não devem estar entre os titulares, vai ser a hora do Kléberson começar a mostrar a que veio, pois um passe bem dado para um jogador que venha de trás da linha da defesa pra pegar na frente vai sempre pegá-los desprevinidos. Aliás, a forte marcação à frente está bem acima do nível do que conseguem fazer atrás, quando precisam marcar em seu próprio campo.

- Muita atenção para não fazer faltas próximas à área. E, em fazendo, cuidado redobrado pra não levar gol nessas jogadas ensaiadas deles. Moles como os que demos nos dois gols do América do México, por exemplo, serão fatais.

- Cuidado não só com o Lúcio Flávio, mas também com o Jorge Henrique. É ele o cara que se mexe, cai pelos lados, arruma faltas e tenta confundir a marcação pra abrir espaços. Mas com ele creio que, ao contrário do Lúcio Flávio, o ideal seja marcar por zona mesmo - quem estiver perto cola e tenta não dar espaço pra receber a bola, mas não fica indo atrás por todo lado porque se não vai desarrumar

Joel, é claro, sabe de tudo isso - sua mala de DVDs do Botafogo não deve ter se estraviado, presumo eu. E está mais do que a fim de se despedir com mais um estadual no currículo, pra coroar essa bela passagem pelo Flamengo com um título. Pelas notícias que recebi do Maraca (da galera que arrumou ingresso com cambista mesmo, porque foi sinistro pra conseguir lugar no estádio - desta vez vou ver de casa), a torcida do Botafogo furou o combinado com o Montenegro e novamente não apareceu. É um estádio rubro-negro, novamente, o que vai assistir à final.

E é isso aí. Começa em meia hora!

Flamengo Net

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