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Do luto à luta

Grandes times nasceram após derrotas. Não venceríamos a copa de 94 sem a derrota para a Bolívia que fez a seleção brasileira sofrer um linchamento moral e profundo descrédito. A derrota de 5X1 para o Vasco foi determinante para o Flamengo vencer o então melhor time do Brasil e se sagrar campeão estadual. Em 2007, o Botafogo era a grande sensação do campeonato, líder do Brasileiro, mas quando perdeu para o também favorito São Paulo simplesmente desmoronou e terminou feliz com a vaga na Sul-Americana.

O título deste post remete ao filme homônimo de Evaldo Mocarzel sobre portadores da síndrome de down. O diretor explicou que o nome remetia ao momento em que os pais descobriam que seus filhos tinham essa doença, que sacrificava seus sonhos e ambições, mas tinham que arregaçar as mangas e fazer de tudo para suas crianças serem felizes.

Ontem foi a pior noite para mim como rubro-negro. Em 2004, por ser uma final, eu já tinha um certo receio que ontem só ocorreu no meio do segundo tempo. Mas aconteceu. E foi além.

Sei que muitos de vocês querem dar de ombros, largar o time, mas ainda temos um campeonato brasileiro pela frente. O Flamengo é, ao lado do Cruzeiro, o único favorito que começa o Brasileiro sem disputar uma competição paralelamente. No ano passado, isso sepultou as chances do Santos.

Temos um elenco forte, um treinador novo que vai motivar os jogadores e nossos rivais, com a exceção do Internacional, nunca estiveram tão abaixo das possibilidades que temos. A derrota de ontem permite barrar de vez quem não rende há meses e valorizar quem não teve chances.

O choro acabou.

O que temos que fazer agora é exigir que honrem o manto - o que não foi feito ontem - e que lutem pelo brasileiro. Classificação para a libertadores é o mínimo, mas talvez seja justo dizer que o hexa é obrigação. E que a derrota de ontem seja uma lição valiosa não só para os jogadores, mas para Caio Jr. que descobriu, da pior forma, o oba-oba que reina entre dirigentes que têm em comum a participação nos maiores vexames rubro-negros.

À esses, um convite à reflexão dos motivos que os levam a cometer os mesmos erros e um pedido para que tenham no resto do ano a seriedade que ainda não demonstraram. À torcida, um pedido de que enxuguem suas lágrimas e enruguem suas testas. Vamos voltar a cobrar e torcer e provar que o ano ainda não está perdido.