domingo, 20 de abril de 2008

Priorizar ou não. Eis a questão

* Por Hermínio Correa

Desde a derrota para o Botafogo, pela semifinal da Taça Rio, tenho pensado e repensado uma questão: passamos pela mesma situação em 2007, quando tivemos as oitavas da Libertadores em meio às finais do Carioca. O final todos já conhecem: campeonato carioca e eliminação precoce pelo Defensor. Lembro que, ao sair do Maraca na final do Carioca, eu não conseguia comemorar muito. Minha cabeça estava mais do que acelerada para tentar reverter na quarta feira os 3 a 0 de Montevidéu. Fiquei muito feliz com mais um título do Mengão, mas minha prioridade era a Libertadores. Fiquei mais chateado com a eliminação do que feliz com o título, confesso.

O dilema volta agora. As finais estão aí, as oitavas também. Priorizar ou não priorizar? O que é mais importante, seguir na Libertadores ou ser campeão carioca? Temos condições de vencer tudo? Não quero ter que agüentar e ouvir novamente esse ano “não conseguimos porque estávamos cansados”.

Estou engasgado com o Buáááá. Acabar com essa marra toda vai recolocar as coisas em seu devido lugar. Além do mais, temos que empatar de vez essa questão dos títulos cariocas. E a Libertadores, sonho de 11 em cada 10 rubro-negros? Não quero nem posso imaginar que novamente ficaremos pelo meio do caminho.

Sem fanatismo extremo, acho perfeitamente possível a conquista da Libertadores desde que cada jogador encarne o quanto antes o que é disputar essa competição. Para mim a vitória em Cuzco mais do que três pontos, trouxe o time mais perto do que se precisa um time campeão. Não adianta achar que podemos ser campeão de uma Libertadores só jogando na boa, sem pressão, sem altitude, sem ATITUDE. É importante lembrar que nossos dois últimos jogos foram na pressão, tanto contra o Nacional como em Cuzco. E mesmo com muito a corrigir, o time respondeu positivamente nas duas partidas.

Fiz uma pesquisa rápida para saber se os times campeões da Libertadores conquistaram algum outro campeonato paralelamente. Minha intenção foi a de visualizar se os campeões conquistaram o que podiam ou se abriram mão para a glória maior. O que descobri: o Cruzeiro campeão da Libertadores 1997 ganhou o campeonato mineiro naquele ano; o Vasco, em 1998, também ganhou o continental e o estadual; assim como o São Paulo campeão em 2005. Já o Inter, campeão em 2006, foi vice no estadual.

Não sou nada supersticioso. Penso que se há planejamento e organização, ser campeão é um aditivo ainda maior para a busca de maiores conquistas. Minha conclusão: O que esses times puderam, foram conquistando.

Pequeno comentário do exemplo maior de nossa história: Em 23 dias, os maiores e melhores da história do nosso clube, jogamos sete partidas, fizemos três viagens internacionais - Chile, Uruguai e Japão - e levantamos três canecos: Carioca, Libertadores e Mundial. Com certeza, houve cansaço e, talvez por isso, a colônia portuguesa possa até ter sonhado com o carioca daquele ano. Mas na hora do “vamos ver”, a raça e a superação daquele timaço falou mais alto.

Com tudo isso, apenas digo: VAI PRA CIMA DELES MENGÃO !!!

* O colaborador Hermínio Correa é estudante de Economia e trabalha na Caixa Econômica Federal, na Região Metropolitana de Curitiba.

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