quarta-feira, 19 de março de 2008

"O Flamengo tem o melhor elenco do Brasil"


Há 17 anos atrás o Flamengo enfrentava o Nacional de Montevidéu pela Copa Libertadores de 1991. Era o jogo de encerramento da primeira fase, e o Mengão, já classificado, aplicou uma sonora goleada nos uruguaios garantindo a primeira colocação no grupo, que também contava com o uruguaio Bela Vista e o brasileiro Corinthians.

Começamos de forma irregular empatando em 1x1 com os paulistas em Mato Grosso (mando de campo nosso, cedemos o empate no último minuto), e empatando em 2x2 com o desconhecido Bela Vista no Uruguai (saímos na frente, sofremos a virada, mas conseguimos um golzinho salvador no fim). A situação complicada foi desfeita pela surpreendente vitória de 1x0 em pleno estádio deles, o que encheu o time de moral. Paralelamente estávamos disputando o Brasileiro de 1991 e não estávamos bem. O time comandado pelo jovem técnico revelação Vanderlei Luxemburgo não engrenava no Campeonato Nacional, mas seguia bem na competição sul-americana, e derrotou os corintianos por 2x0, num jogo que sacramentou Gilmar Rinaldi como titular, barrando Zé Carlos, e – para variar – terminou com uma invasão de campo pela torcida corintiana, revoltada com a derrota. Jogamos em Brasília (se não me falha a memória) com os uruguaios o Bela Vista, e ficamos num decepcionante 1x1. A combinação de resultados já garantia a nossa classificação ( na época, apenas o primeiro de cada grupo se classificava), e fizemos a derradeira partida desta fase contra o mesmo Nacional que enfrentamos agora:

02/04/1991 Flamengo 4x0 Nacional

Time: Gilmar, Aílton, Adílson, Rogério e Piá; Charles, Júnior (Djalma Dias), Marquinhos (Paulo Nunes) e Marcelinho; Alcindo e Gaúcho.

Gols: Marcelinho, Gaúcho (2) e Alcindo.

O futebol era outro, ainda livre os Parreirismos e Joeladas, e o time contava com apenas um volante fixo, Charles Guerreiro, e Aílton jogava improvisado de lateral-direito. Júnior era o maestro do time, secundado por Marquinhos, que substituía Zinho, contundido. Marcelinho era o camisa 10, posição que acabou perdendo para Nélio. Alcindo era o atacante veloz que fazia dupla com Gaúcho. Djalminha e Paulo Nunes eram reservas bastante utilizados, sendo que o último ganhando a vaga de titular com a venda de Alcindo. Adílson era um zagueiro emprestado do São Paulo.

Ganhamos bem e seguimos adiante.

Espero que hoje o time saiba ser grande, e entre em campo pensando em jogar futebol, e não preocupado com gandulas, catimbas e outras bobagens. Muitos, inclusive eu, vínhamos erradamente chamando o sistema natalino de “defensivo”. Se fôssemos uma muralha inexpugnável, com zagueiros e volantes firmes, sofrendo quase nenhum gol, tudo bem. Mas nada disso tem acontecido. O que o Flamengo é, e eu cheguei a esta conclusão por um “estalo”, é apenas um time “não-ofensivo”. Abrimos mão de qualquer recurso de ataque pelo medo de perder, por este maldito “futebol de resultados”.

O grande Coutinho já dizia que O MEDO DE PERDER TIRA A VONTADE DE VENCER.

VENCER, VENCER, VENCER.

Não está no nosso hino à toa...

Flamengo Net

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