segunda-feira, 29 de outubro de 2007


TORÓ = ROGER


O problema do Roger no Flamengo, se assemelha ao vivido pelo Toró, tempos atrás e a solução, tem que ser a mesma. É preciso "desembambizá-lo".


Toró chegou à Gávea, vindo das laranjeiras (úúúúúúiiii) , o nome já diz tudo.


Lá, onde foi criado, o garoto jogava como atacante, camisa 10 e fazia chover, uma chuva de gols, que acabou lhe rendendo o conhecido e merecido apelido de "Toró".


Belo dia, manhã primaveril, ao som do cantar dos pássaros, o time tricolor termina sua sessão de treino físico. Toró, cansada, exausta, eu diria......moooortaaaa,......arrasaaaada,...um caco.....um liiiixo, de tantos polichinelos e dos seguidos exercícios no bambolê, entra no vestiário,......digo,.....entra no closet da sede social e encontra uma colega sua de time, mexendo em sua nessesaire, usando seu batom "Lip-Gloss", importado, seu blush, seu pó compacto e vestido com sua Victória Secret predileta, que ganhara de presente da esposa do presidente da Unimed.


"_Que iiiissooo....Mona ????...Que audácia da pilombeta !!!"


Indignada, inconformada, aos prantos, Toró tenta acalmar-se. Sossega a franga, cessa o escarcéu, mas, decidida, junta suas coisas e abandona o lar, deixando os filhos entregues à mãe de criação.


Eis que surge o Flamengo, time de Macho, fedegoso como ele só, catinguento e o contrata, sob a condição de não mais realizar sua tão sonhada operação nos EUA e a não ir à apresentação na Gávea trajando Linjerie vert blanc rouge.


Primeiros dias, primeiras semanas, primeiros treinos, primeiros jogos, primeiros meses, primeiro ano, ....o tempo vai passando e Toró não consegue se adaptar aquele ambiente desprovido de qualquer finess e àquelas pessoas tão rudes nos modos, sem glamour, sem o visual fashion ao qual se acostumara nas laranjeiras (úúúúúiiiii).


Toró não marca um golzinho, sequer. Toró não consegue mais ser aquele atacante eficiente e matador, que fora em seu tão recente e tricolorido passado. Toró não conseguia fazer chover, nem uma garoazinha, nem um sereno. Toró não era mais o 10. Toró não era de nada !!

Toró cai no esquecimento e passa a amargar uma merecida reserva quase que eterna.


Um dia, chega, também, à Gávea, um treineiro, com jeito grosseiro e papo de boleiro, colocando a moçada pra correr e, esse sujeito, também sem modos e sem respeitar as etiquetas do high society, vai buscá-lo nas sombras do esquecimento e o coloca em campo, com uma outra função, um outro número de camisa e o faz abandonar aquela velha posição em que ele, Toró, se acostumara a ficar no Florminenc, que era a posição de frango assado.

O treineiro sem nenhuma etiqueta, o proíbe de continuar abaixando para apanhar o sabonete no chão, nos banhos no vestiário da Gávea.


Toró renasce para o futebol. Toró, enfim, é "desembambizado", por completo. Mas, isto se deu ao final que quase dois anos de muita luta e transformação. Por fim, Toró rasga seu contrato de patrocínio com a "Maiôs Catalina" e se vê preparado para envergar o "MANTO SAGRADO" e hoje, ele, Toró, é este jogador raçudo, macho e fedegoso, que sem nenhuma etiqueta ou modos, parte pra cima do adversário e disputa a bola como um prato de comida, espondo as canelas, sem medo de ser homem e feliz. Toró não é mais atacante e sim, volante.


E o mesmo, há de ser feito com o Roger.


Será preciso que se faça uma limpeza, no excesso de limpeza que possui o Roger.

Será preciso deixarmos crescer suas bem aparadas e pintadas unhas do pé, até que furem o couro das chuteiras e, por baixo delas, enxermos da mais suja caraca que encontrarmos, para que tenham a aparência mais tétrica possível. Será preciso sujarmos seus lindos, bem cuidados e cheirosos pèzinhos, cheios de "tênis pé baruel" e "vodol", até que comecem a exalar a catinga e o chulé, próprios dos pés dos jogadores do Flamengo, acostumados a correr e suar em campo.

Será preciso despejar no vaso seus vidros de fragrâncias francesas e faze-lo cheirar a cecê, como todo Flamenguista sua, tanto no campo quanto nas arquibancadas.


Por fim, será preciso "desembambizá-lo", por completo, para que traga sempre consigo o mau cheiro e a catinga de Urubú, dos Rubro-Negros, que, como diz a arco-íris, fede como carniça.

Mas, é que eles, do arco-íris, não sabem diferenciar o cheiro da carniça, do cheiro do esforço, da raça, da força de vontade e do suor que escorre pelos rostos e corpos dos religiosos da Nação Rubro-Negra e faz com que o Mengão vença do Florminenc, com apenas 9 em campo.

Aliás, naquele jogo, pra ser mais exato, nós não ganhamos com 9 e sim com 10 jogadores em campo, pois nós estávamos lá, com a camisa 12, jogando.


Gosto demais, do futebol do Roger. Poucos conseguem dar à bola, o tratamento dispensado pelo nosso querido "Galisteu", ou "Secco", mas, vejo que ele ainda não atinou para o fato de que mudou de clube e está, agora, jogando no Maior de todos, o Flamengo.


Assim que se completar o processo de "desembambização" do nosso "Night-Man" e ele juntar toda sua categoria à raça, disposição e dedicação ao Mais Querido, teremos, enfim, o grande Camisa 10, que precisaremos, em nossa próxima e, se Deus quiser, bem sucedida campanha na Libertadores 2008.

Pensando bem, o Roger ainda vai precisar sofrer um outro processo de desigiene pessoal: Precisaremos, também, "Desgambazá-lo".

Flamengo Net

Comentários