quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Perder pro Flamengo faz bem aos Campeões

Na história do Campeonato Brasileiro volta e meia aparece um time que se destaca dos demais, ganhando bem suas partidas, distanciando-se escandalosamente dos rivais e jogando em busca de recordes e invencibilidades inéditas. Muito bonito, ótimo pros torcedores desses clubes que escapam do padrão de equilíbrio que caracteriza um dos campeonatos mais cascudos do mundo. Mas essa mesma história mostra que os chamados super-times também tem seu dia de apanhar e, apesar de se acharem tão bons, de provar o gosto amargo da derrota.

O Flamengo, eterno vingador dos pobres e desvalidos, é um especialista em carimbar faixas, aguar chopadas e macular com vitórias épicas os retrospectos dos campeões brasileiros. Há muito tempo que até os adversários já sabem que para enfrentar o Flamengo não adianta chegar arrotando retrospectos, campanhas pregressas ou posição na tabela de classificação. O Flamengo, por sua natureza revolucionária, não quer nem saber e bota pra torar nos times que incorrem no erro primário de querer enfrentar o Mengão como se fosse um time qualquer. Quem dá esse vacilo acaba aprendendo, da maneira mais dolorosa, que o Mengão é mesmo o maior. E o mais malvado.

Pra quem não se lembra, em 1989 o vasquinho armou um bom time que os mais exaltados apelidaram, com grande exagero, de Selevascu. Admitamos, naquele ano o time do pano-de-chão era mesmo muito bom e fez uma campanha espetacular. Quase conseguiram a proeza de serem campeões invictos. Mas ficaram no quase. Quer saber por quê? Porque na única vez em que enfrentaram o Mengão levaram um sacode em regra, com dois gols do ídolo-instantâneo Bujica. Com uma atuação soberba de Zico e Júnior e dois gols desse famoso quem o Flamengo mandou a portuguesada pra casa aos prantos e maculou indelevelmente uma campanha quase perfeita. Bem feito pra eles.

Em 2000, na esdrúxula Copa João Havelange, os nossos fregueses da colônia portuguesa novamente, sabe-se lá como, deram um jeito de vencer um campeonato marcado pelas irregularidades. Nem precisamos mencionar detalhadamente as lamentáveis cenas do povo ferido sob um alambrado derrubado pelo vandalismo enquanto um famigerado e adiposo dirigente exigia a continuação da partida final em um campo que não oferecia qualquer segurança aos torcedores. Basta lembrar que quando enfrentou o Flamengo o bacalhau tomou um acachapante e educativo 4 x 0 em plena sexta-feira, no Maracanã. Mesmo sendo nossos fregueses, há que se destacar que a derrota deles para o Mengão conferiu maior credibilidade a um campeonato duvidoso em todos os aspectos.

Poderíamos passar dias aqui relembrando as inúmeras oportunidades em que o Flamengo estragou a festa dos times que seriam campeões do Brasileiro, mas nosso tempo é precioso demais pra essas reminiscências infindáveis. Pra encerrar a sessão de museologia esportiva basta mencionar o cruzeirim campeão brasileiro de 2003, que acabou conhecido como o famoso tríplice coroado. Tríplice mesmo foi a tunda que levaram do Mengão. Um 3 x 0 clássico pra aprender que o Flamengo não é o único Pentacampeão do Brasil só porque usa a camisa mais bonita do mundo. O Flamengo é Penta porque é foda.

Amanhã, é bom que o São Paulim não se meta à besta de querer jogar contra nós com o nariz empinado e de salto alto. Não há motivo algum para soberba por parte deles. Muito pelo contrário. Além de não terem ganhado nada esse ano, não foram sequer capazes de nos vencer no seu geralmente semi-deserto e elefântico estádio. Portanto, se querem dar algum passo significativo em direção a um titulo que, matematicamente, ainda não está garantido, a melhor coisa que eles fazem é perder logo pro Flamengo. Dadas às dimensões ciclópicas do Mais Querido, perder pra nós não será nenhuma vergonha e e além do mais, está na moda.

Mengão Sempre

Flamengo Net

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