quinta-feira, 6 de setembro de 2007




A PÁTRIA QUE NOS PARIU

Amanhã é dia 7 de setembro! Para muitos, um mero feriado, dia para descansar, para jogar uma pelada, tomar umas geladas, ir à praia, viajar com a família.

Para poucos, apesar de estarmos num país de grandes descalabros e escândalos - de Marcos Valérios , Delúbios, Lalaus e Georginas - ainda existe o culto à Pátria, uma expressão que vem do latím "patris", terra paterna, indicando a terra natal ou adotiva de um ser humano, que se sente ligado por vínculos afetivos, culturais, valores e história. Até a Seleção Brasileira tornou-se um retrato desse país dominado por uma elite corrupta e sem escrúpulos, que negocia a alma em função dos seus interesses pessoais ou dos grupos nos quais estão inseridos.

Refletindo aqui na frente do computador, em relação a essa data histórica, chego à conclusão de que a sede da minha pátria hoje é o Maracanã! Sim, pasmem, o Maracanã ! É lá que está o meu coração, lá reside a capital afetiva da nossa Nação Rubro-Negra.

Quando ouví o Presidente Márcio Braga dizer que vai “brigar” para termos o nosso “templo” conquistado através de uma licitação, sentí a sensação do expatriado que consegue voltar à sua terra natal, do asilado político, do não-israelense na Faixa de Gaza, do integrante do MST ... Quero ter a minha terra, quero gritar – eternamente – Mengooo, dentro da minha casa!

Olavo Bilac dizia que “ A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos:é o idioma criado ou herdado pelo povo." Eu herdei a Pátria Flamengo do meu pai e foi nas arquibancadas da terra prometida do Maracanã, que fiz o meu batismo.

Ainda criança, estive em jogos do Mengão na década de 60, onde mais de 180 mil pessoas se acotovelavam e cantavam seus hinos de louvor com amor e empolgação. Pessoas rolavam sobre as cabeças, pelas arquibancadas, tentando encontrar um lugar onde pudessem cair e assistir ao jogo do Mengão! Isso já faz parte da história, só quem viveu sabe do que estou falando...

Existe um idioma Flamengo, que passa de pai para filho, uma comunicação interacial e participativa, somos o maior símbolo da democracia que ainda resiste e persiste num país de desiguais.

Por definição, o patriotismo também é considerado uma manifestação de amor aos símbolos como o hino, bandeira , suas instituições ou representantes. Alguma dúvida de que nossa pátria é o Flamengo ????? Mais do que Pátria, somos uma Nação já que existe uma marca ideológica que rege e guia os nossos pensamentos: o flamenguista é, na sua essência, alguém que se emociona com o sentimento da MASSA, fazendo parte dela ou não! Acredito que Domingo Marques de Azevedo, nosso primeiro presidente, não tivesse a noção do que estava nascendo no momento da sua posse...

Preservamos o nosso nacionalismo rubro-negro , aproximando-nos e identificando-nos com uma preservação enquanto entidade, nos campos linguístico, cultural, contra processos de destruição identitária ou transformação.

Ninguém - que fique bem claro isso – ninguém, jamais conseguirá destruir a nossa Nação, mesmo os maus dirigentes, os negociadores de passes, os perdulários ou aqueles que não compreendem a grandeza desse movimento. O Flamengo é e sempre será a nossa Pátria querida, mesmo para aqueles 30 milhões de exilados, que como eu - aqui no Paraná - estão distantes geográficamente da nossa terra querida (o Maracanã) mas com o coração batendo forte cada vez que balançam as nossas bandeiras e são entoados nossos gritos de guerra. Somos uma nação independente , por isso é que somos diferentes e únicos.

Não é por acaso que, José Agostinho Pereira da Cunha, Mário Spínola, Augusto Lopes, José Belia da Cunha Menezes, Maurício Pereira e Napoleão Coelho de Oliveira resolveram adotar o dia 15 de novembro de 1895 como a data de fundação do Flamengo, para coincidir com a Proclamação da República.

A Nação Rubro-Negra não é somente independente, é também o maior ícone de uma República que ainda sobrevive dentro do Brasil!!!!

Flamengo Net

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