Isso aqui é Flamengo, meu irmão!
Acredito muito naquela frase que reza: nunca subestime a magnitude da ignorância alheia. Mas é preciso ser mais do que um cínico profissional para entender os motivos para que todo o ano a arco-íris, em sua grotesca insanidade, continua a promover antes da hora o enterro do gigantesco e (somente para os incréus) ainda inexplicável Flamengo no Campeonato Brasileiro. Onde é que esses caras estão com a cabeça? Os 112 anos de história triunfal gravada em vermelho e preto no livro do futebol mundial ainda não foram suficientes para meter em suas pequeninas mentes que o Flamengo é uma entidade mística? E que por essa condição espiritual superior o Flamengo é capaz de tudo?
Quando é que eles vão aprender que é exatamente na hora em que os recursos terrenos se esgotam que o Flamengo se agiganta e mostra que é o Maior do Mundo? Pobre cruzeirim, demoraram tanto pra entrar em campo que certamente o macumbeiro deles estava avisando:
- Hoje é ferro, meninada. Vamos tratar de perder de pouco.
Enquanto isso o Flamengo se aquecia no gramado do maior do mundo como se fosse jogar com um vasquinho da vida. Vice do Brasileiro? Whatahell is that? O Flamengo precisa vencer, ô da camisa azul, faça a gentileza de se afastar porque em caso de hesitação ou recusa em ceder o balão de couro o Mengão irá lhe atropelar. Esse era o espírito dos nossos guerreiros.
E mais uma vez a camisa vermelha e preta, heroína de incontáveis batalhas, testemunha e agente do Milagre Flamengo, prevaleceu. Certamente há de ter assustado os jogadores de azul que, intimidados, cediam o balão de couro à mais simples aproximação do Manto Sagrado. Um verdadeiro colírio para os olhos cansados de um velho rubro-negro.
Mas por favor, me perdoem a empolgação, vamos resenhar essa partida friamente: no primeiro tempo devia ter sido uns 6 ou 7 a 0. Os caras do time azul mal passaram do meio de campo e o Bruno entrou e saiu de campo 48 minutos depois com uma camisa branca tipo Omo total. Ele simplesmente não fez nada no primeiro tempo além de bater tiro de meta.
Mas não foi só o Bruno, todo mundo jogou bem, desde Leo Breitner na lateral direita, que finalmente meteu um gol, até nosso artilheiro Cantoná de Souza, que conseguiu não bater em ninguém e ainda fez o dele. Teria sido perfeito se o juizinho safado não tivesse dado um amarelo numa falta inexistente e o tirasse da bacalhoada de domingo. Mas o filó balançou 3 vezes e isso é o bastante.
O sinistro quarteto montado por Joel no meio com Beckenbauer, Cubillas, Hagi e Abedi Pelé mostrou-se absurdamente eficiente no desarme e ainda criou inúmeras situações de gol que só não pararam no fundo do barbante porque o goleiro dos caras estava rigorosamente em dia com as prestações do Baú. Para ser parcimonioso digo apenas que foi um dos melhores primeiros tempos que o Flamengo jogou nesse ano de 2007. O que não é lá grande coisa, admito.
No segundo tempo o Flamengo, que não é mesmo de ferro, deu aquela clássica puxada no freio-de-mão (a excelência do nosso preparo físico é controversa) e deixou os azulzinhos chegarem algumas vezes com real perigo. Ainda que em nenhum momento a superioridade territorial, tática e moral do Flamengo permitisse que o serelepe time das Alterosas se mostrasse mais do que pitoresco e inofensivo, acabamos levando um gol desses manés. Dadas as condições da partida, um gol inadmissível que só serviu mesmo pra fuder com nosso saldo.
Domingo tem mais um joguinho de vida ou morte pro Mengão. Continuamos precisando desesperadamente de vitórias pra ficar longe da zona e os malas pararem de encher nosso saco. Ainda bem que é contra o vice, se não dava até pra gente ficar preocupado.
Mengão Sempre
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
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