Fé em Joel
Flamengo é religião, eis um fato que nem o mais ferrenho dos anti-flamenguistas se anima a contestar. E até o mais ateu dos materialistas dialéticos pagãos e infiel concorda que ser Flamengo é primordialmente um ato de fé. Por isso que quase nenhum rubro-negro se envergonha em rezar para tudo que é qualidade de santo na hora em que as coisas não caminham exatamente conforme o planejamento.
Ainda bem que o flamenguista é plural em sua fé, se os milhões de fiéis da religião flamenga não apelassem pra tudo que é santo era capaz de São Judas Tadeu ter uma estafa nesse brasileiro atípico, onde o Flamengo ao contrário de anos passados, não disputa as primeiras colocações.
Para prevenir uma excessiva demanda pelos serviços do nosso padroeiro nas próximas rodadas sugiro mais uma opção para nossos pios torcedores que não hesitam em buscar o refrigério nas Sagradas Escrituras para as vicissitudes que o Campeonato Brasileiro coloca no caminho do Mengão. Com vocês o Profeta Joel (não o Santana).
Joel, que era filho de Fatuel, é uma das estrelas do Antigo Testamento e suas profecias feitas quase mil anos antes de Cristo, uma época difícil para a terra de Judá então devastada por uma terrível locusta, ainda causam grande impacto pela grandiloqüência e energia de suas palavras. O nome Joel em hebraico significa Jeová é Deus e o profeta que foi esculpido por Aleijadinho em Congonhas também foi retratado por Michelangelo no teto da Capela Sistina, que ilustra esse post.
O livro de Joel é cheio de passagens terríveis e assustadoras sobre um tempo de devastação e dor que nos fazem temer a excelência dos seus dons proféticos e que nos fazem pensar que realmente existem mais coisas entre o céu e a terra do que pode supor a nossa vã filosofia. Mas a Bíblia é legal e faz tanto sucesso porque dependendo da interpretação, nela se encontra resposta e explicação para qualquer assunto, de atracação de saveiro à partição cromossomial. Com todo o respeito que os povos do livro merecem, vê aí se não parece que o Joel (o profeta) tá falando do Flamengo:
O que a lagarta deixou, o gafanhoto devorou; o que deixou o gafanhoto, o roedor devorou; e o que ficou do roedor, o devastador comeu. (jl 1,4)
Despertai, ó ébrios, e chorai; bebedores de vinho, lamentai-vos, porque o suco da vinha foi tirado da vossa boca. (jl 1,5)
Incrível, não é? Mas tem mais, entre outras façanhas premonitórias que não vem ao caso Joel também profetizou a queda de Ney Franco:
Afastarei de vós aquele que vem do norte, e lançá-lo-ei para uma terra árida e deserta, sua vanguarda para o mar oriental, e sua retaguarda para o mar ocidental. Exalar-se-á um mau cheiro dali, um cheiro de podridão (porque ele fez grandes coisas!) (jl 2,20)
E é claro que se prosseguirmos nessa linha interpretativa sem pé nem cabeça encontraremos também a previsão sobre o dia em que tudo vai ficar bem e que o Mengão vai voltar a ser o mais mais do país para a alegria de milhões:
O Senhor rugirá de Sião, trovejará de Jerusalém; os céus e a terra serão abalados. Mas o Senhor será um refúgio para o seu povo, uma fortaleza para os israelitas. (jl 4,16)
Sabereis então que eu sou o Senhor, vosso Deus, que habita em Sião, minha montanha santa. Jerusalém será um lugar sagrado onde os estrangeiros não tornarão mais a passar. (jl 4,17)
Naquele dia, as montanhas destilarão vinho, o leite manará das colinas; todas as torrentes de Judá jorrarão; uma fonte sairá do templo do Senhor para irrigar o vale das Acácias. (jl 4,18)
Nada mais digo. Cada um que interprete como quiser.
Mengão Sempre
terça-feira, 4 de setembro de 2007
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arthur_muhlenberg
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