Antes que alguém fale alguma coisa, o texto abaixo é plágio de mim mesmo, quer dizer, de um texto meu de 2005 publicado aqui no blog ...
Flamengo e Atlético
No final de semana tem Flamengo e Atlético no Maraca. É tudo ou nada, e só a vitória nos interessa. Aliás, como sempre. Estamos ali, lado a lado na tabela, com campanhas parecidas no campeonato, e o jogo é uma decisão. Estou ansioso, como não podia deixar de ser, e não vejo a hora da semana passar rápido, o dia do jogo chegar e estar mais uma vez presente ali junto à maior torcida do planeta no palco mais Sagrado do futebol Mundial para assistir o Mengão contra o Galo Mineiro.
Só uma coisa me preocupa:......
(o texto acima tem duas continuações, defasadas no tempo, por 27 anos....)
..... como farei para ir ao Maraca. Minha mãe não quer me deixar ir, mas meu pai e meus tios irão com certeza, já marcaram. Fico maquinando como solucionarei esse problema, pois do alto dos meus 9 anos de idade, e já com um tricampeonato nas costas, tenho a certeza que esse jogo será inesquecível. Eles (quem sabe, nós?) sairão de Petrópolis cedo, por volta de 1 hora da tarde de domingo e fico sabendo de um acordo tácito entre minha minha mãe e minhas tias proibindo a ida de qualquer um dos primos ao jogo... - 'Muita confusão, empurra-empurra, multidão...', aqueles argumentos ´insensatos` de quem não entende o que é ser Flamengo e o que aquele jogo irá representar para toda uma Nação. Minha tarefa seria mais dificil do que eu havia imaginado, mas esse jogo eu não perderia por nada desse mundo. Sinto que ele será importante para o meu currículo rubro-negro.
Já é domingo, a hora do jogo se aproxima e meus tios chegam de carro para buscar meu pai e descerem a serra rumo ao Maraca. Eu e o meu irmão ali, sem saber o que fazer, sabendo que quando aquele carro partir, não haverá mais jeito. Na dúvida, já estava de camisa do Mengão e com o meu tênis da sorte. E num lance decisivo, com a visão de jogo e a rapidez de raciocínio digna do Galinho, vejo uma oportunidade: dou um drible de Julinho (´Uri Geller´) na minha mãe, entro no carro logo em seguida ao meu pai, e contando com a ´conivência´ dos mais velhos partimos rumo ao Maraca sem nem nos despedirmos. A minha parte (de ir ao jogo) eu tinha feito, e com a confiança de quem faz esses acordos com Deus, desci a serra com a certeza da vitória. Nem mesmo quando Reinaldo, mancando, empatou o jogo já no segundo tempo, e calou por breves segundos a imensa massa rubro-negra, minha confiança foi abalada. A gente ia ser campeão brasileiro pela 1ª vez , já tinha combinado isso com Deus, e nenhum futuro ex-chincheiro iria estragar a nossa festa . A gente tinha Zico, Nunes, Júnior, Carpegiani,... e o melhor time do mundo.
O resto da história não preciso contar.... Talvez a multidão no ´La-Strada´ interrompendo o tráfego na Rio-Petrópolis numa profusão de bandeiras e faixas rubro-negras, e a cara dos meus primos num misto de alegria e inveja na nossa volta triunfante à Petrópolis valham a pena serem mencionados..... além, é claro, da certeza mais do que absoluta de estar torcendo pelo melhor time de futebol todos os tempos.
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.... a recuperação do Íbson. Com ele ali no meio a gente ganha uma consistência muito sentida nesses jogos que ele esteve ausente. E enfrentar o Atlético, claro, traz sempre um gostinho diferente, principalmente pra aqueles que como eu presenciaram os anos dourados da nossa história. Sem falar que rubro-negro é assim mesmo: basta o time mostrar um pouquinho de vontade, um pouquinho de garra pra gente se animar. Outros desistiriam, ficariam pelo caminho, desgostosos com os últimos anos de penúria pelos quais o time tem passado. Mas a lembrança de uma época inesquecível e a simples alegria de ser rubro-negro ainda me fazem torcer e vibrar muito com o Flamengo. Mais recentemente, tivemos outro Tri, e quem de nós conseguiu não chorar de emoção com aquele gol do Pet? E com a sequência de atropelos sobre o Vasco nas últimas não-sei-quantas finais de campeonato?
No fundo eu sei, que isso tudo faz parte de um desses acordos com Deus. É por isso que eu vou estar lá sábado, como sempre, fazendo a minha parte, tal como num dia há 27 anos atrás, contra um mesmo Atlético Mineiro...
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
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