domingo, 17 de junho de 2007

Quando só raça não é o bastante
Enquanto assistia in loco o jogo de ontem, pensei:
"- Acho que eu, um profundo leigo-conhecedor, posso vislumbrar uma tese: no futebol de hoje, para um time ter um comportamento decente, com mais êxito do que vexames, é preciso duas qualidades, pelo menos, de três. Extendendo um pouco o raciocínio, duas de quatro, embora ainda nada se garanta. Quais seriam estas qualidades, independentes de sorte - ou de sua falta - ou a influência de elementos externos "ocultos", como uma arbitragem ruim ou mal-intencionada?
Seriam elas:
1°) Técnica;
2°) Tática;
3°) Raça; e,
4°) Preparo físico.
Ao ver o jogo de ontem, pude notar logo nos primeiros minutos, um time que pelo menos demosntrava raça - principalmente por parte do Toró, e de Juan - mas que pecava pelos demais atributos. Resultado: um time sempre atrás no placar, que jogou mais tempo no seu próprio campo do que no do adversário. Em certo momento, lá pela metade do primeiro tempo, achava que estava assistindo o jogo no Beira-Rio!
Diante do excesso de passes errados, péssimos cruzamentos - com bola rolando e em escanteios-, raros e inofensivos chutes a gols, poucos recursos de nossa defesa, com certeza a técnica passa muito longe do Ninho do Urubu.
Com um péssimo posicionamento em campo, raríssimas ocasiões em passar por uma marcação, cobranças de falta desperdiçadas, inexistência de chutes rebatidos, pouquíssima disponibilidade para receber uma bola em reposição, excesso de bolas chutadas ao alto, cabeçadas e esmo, a tática do Flamengo é incipiente. Quase nula.
A raça... bem, a raça apareceu principalmente no início, mas só em alguns elementos. Alguns que surpreenderam, como Toró, ou Gérson Magrão e Luisinho. Mas já outros... Como disse no título: Só raça não basta. Basta ver o desenrolar e o resultado. O Inter veio disposto a se fechar, e laçou o ferrolho na nossa própria intermediária. Há ainda o problema quando se confunde raça com excesso de voluntariedade: muitas vezes vemos cenas de trapalhadas, com jogadores tentando carregar a bola de qualquer jeito, se enrolando com as próprias pernas, deixando-as nos pés firmes do adversário, sem qualquer produtividade ou eficiência.
O preparo físico, embora não tenha sido dos piores já visto, pode ser confunfido às vezes com a falta de vontade. Acho que não foi o caso de ontem. Mas que o time perdia na corrida quase todas as bolas lançadas, cabeceadas ou passadas por falta de técnica, isto ficou evidente. Tanto é que apenas Juan, junto com os suplentes-cheios-de-gás Magrão e Lusinho, conseguiram salvar a bagaça, quando a torcida do Inter, mais uma vez, fazia a festa num Maracanã razoavelmente cheio de rubro-negros prum jogo de sábado à noite...
Fato é que com as substituições, a estrela do Ney Franco brilhou. Pela conseqüência de suas escolhas ou pela sorte? Não me atrevo a dizer. Mas um empate desses não é para se comemorar.
Apenas para registrar um fator negativo: a burrice. Tentar conquistar a lei da vantagem em bolas já perdidas, resgatar sem sucesso bolas para a lateral que já seriam nossas, e mais impressionante: desperdiçar cobranças de falta, que poderiam ser cobradas direto - uma vez que o time não produzia chances efetivas de gol -, tentando bater rapidamente, para perder o lance atabalhoadamente, na seqüência? Um time sem técnica e sem tática não se pode valer desse expediente.
Fato é que agora serão 2 semanas sem jogar e na, já infelizmente íntima, zona do rebaixamento. E quando voltar a jogar, serão 8 jogos fora de casa, segundo fonte da Rádio Globo, ontem! Será que ninguém na diretoria previu que isso poderia acontecer quando do sorteio da tabela? Nem para fazer lobby para inverter alguns mandos de campo?
Que essas 2 semanas sirvam para o Flamengo providenciar mais dois desses atributos, manter e expandir a Raça, afastar de vez a burrice, pensar seriamente em reforços, recuperar o Renato e - quem diria eu, escrever isso! - Obina, pois o futuro a frente se desenha um dos mais instáveis possível.
E como disse no último post, não sendo pão-duro e ranzinza, os R$ 5,29 saíram caros!

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Flamengo, o retrato do Brasil!
Impressionante como essa frase clichê pode ser constatada na nossa realidade. É escândalo atrás de escândalo, desmando atrás de desmando, bravata atrás de bravata, por parte dos dirigentes, como no Executivo. Pouco caso, indiferença ou displiscência, por parte dos jogadores, como no Legislativo. Orçamentos estourados, contas que não fecham, falta de planejamento. Planos de Aceleração do Caos! E o povo, a torcida, tendo que assistir a tudo. Sem esperança. Calada. Sem perspectiva. Sem a certeza que algo possa, e tem que ser feito para mudar este status quo...
Algumas vezes, como ontem, até comemorando a perda do pênalti do Inter, como se gol nosso fosse! O que é isso? Como se contentar com isso? Isto é que é baixar a auto-estima! É relaxar e gozar! É deixar esses caras afundarem ainda mais o Flamengo na lama...
Mas, atenção! Não culpo a torcida pelo sistema! Mas comemorar a perda do pênalti pelo Alex me fez querer sumir do Maracanã! O Meu Flamengo é infinitamente mais que isso! Talvez muitos não tenham notado, mas o gol do empate em 1x1 saiu enquanto a torcida clamava Ô! Ô-ô! Ô!Ô!Ô!Ô!Ô! Time de merda! Àquela hora, nada mais adequado, pois o time não estava fazendo nada que justificasse merecer um resultado melhor.
São tantos absurdos, desmandos e perebices junto que até a torcida duvida do seu poder de cobrar da arquibancada uma mudança de perfil. Se o time tivesse sido cobrado antes, provavelmente menos bizarrices seriam testemunhadas...
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O problema do Flamengo...
... No jogo contra o Inter responde por um nome: Leonardo.
O problema do problema é que haviam quatro Leonardos em campo: Leonardo, Leo Moura, Leo Lima e Leo Medeiros...
E aí? Você aliviava algum? Eu, nem o último!
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Boas Férias do brasileirão a todos!
Valei-me São Judas Tadeu!

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