segunda-feira, 11 de junho de 2007

O ESGOTAMENTO DE UM MODELO
Vamos continuar aqui, eternamente, tratando dos sintomas da doença. Há uma batelada de remédios disponíveis e, eventualmente, vão aliviar determinados sintomas e dar um certo sentimento de que está tudo bem. A maioria de nós faz isso. E tem alguma coisa mais importante do que a nossa saúde, que o nosso instinto de sobrevivência? Pois mesmo assim, antes de ir ao médico e tratar a causa "daquela" doença mais séria, qualquer que ela seja, a gente costuma tentar um monte de remédios caseiros, indicações de familiares e amigos, coisas que se lê na internet. Às vezes dá certo ou, o que é mais provável, apenas mascara temporariamente o problema e nos dá uma falsa sensação de que tudo está bem, o pior já passou. Na esmagadora maioria das vezes não está bem, não passou o pior.
A mim me parece que tratar dos sintomas mais evidentes de nossa doença é um modelo esgotado. A tendência, que a prática está confirmando inexoravelmente, é que a coisa vai piorando aos poucos, em direção a uma situação irreversível. Podemos jogar a culpa em muitas causas externas. A FIFA, a CBF e a mercantilização grosseira e descarada do futebol brasileiro, a lei Pelé, o governo federal e a interminável novela ( ou seria uma farsa, apenas ) da TIMEMANIA, a incompetência da Federação Carioca, o embate de egos entre os participantes do Clube dos Treze ( um sopro de modernidade que se extingüiu quando não conseguiram nem sustentar com determinação e hombridade o resultado do título de 87, caindo de novo nos braços e nos cofres da CBF ), a TV Globo e a conspiração da imprensa, o assim chamado poder financeiro dos clubes de São Paulo. Tudo isso é como culpar a modernização e a civilização pelas enfermidades que entopem os hospitais e arrebentam os orçamentos da saúde pública no país. Falta ir ao âmago da questão. As causas, o "big bang" do problema, onde tudo começou. Essas são internas. Esse organismo rubronegro está em processo de metástase. Os órgãos vão apodrecendo sem que qualquer tratamento abrangente e definitivo seja sequer tentado. A impressão é de que eles adquiriram vida própria e raciocinam por si mesmos. Dizem, o fígado, em processo de hepatite ou início de cirrose, o coração, com um início de arteriosclerose, os rins, em vias de necessitar de uma dialise: dane-se, se o paciente morrer, vou ser transplantado para outro corpo e sigo minha existência, independente do corpo que me sustentou até aqui.
Quando eu li em comentários deste próprio BLOG e/ou em listas da internet, que há conselheiros do Flamengo que nem torcem pelo time, ou seja, tem gente do arco-íris decidindo os destinos do rubronegro, caiu minha ficha. O caso é grave, é doença terminal. Trocar de técnico? Uma dose de tylenol. Comprar jogadores? Um buscopan na veia. Aproveitar a base? Um complexo- vitamínico-plus-qualquer-coisa. Revitalização da Gávea? Uma lipoaspiração de ocasião.
Olhem nosso maior ( ou único ) patrimônio, a torcida. Eles sabem, eles entendem. Quantos estão acompanhando o paciente, visitando-o em seu leito de morte? Cada vez menos. Somos 35 milhões, ou mais, mas não conseguimos mais 80 mil pagantes em jogo algum.
Nossa última esperança é um médico que ainda não apareceu, um especialista, estudioso e competente que possa arrancar o Flamengo desse ambulatório de quinta e interná-lo rapidamente em um hospital de primeiro mundo. E que vá ao fundo, às causas primárias de nossa iminente extinção. Deus e São Judas Tadeu nos ajudem a encontrar essa pessoa urgentemente.

Flamengo Net

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