Identidade de gênero
Cena patética na TV: "Casaca, casaca, casa-casa-casaca. A turma é boa, é mesmo da Fuzarca". O cântico, cada vez mais raro no Rio de Janeiro, espalhou-se como erva daninha. Quem o tronituava era um torcedor do... Sport Clube Recife. Celebrava o título estadual.
Cada um de nós, flamengos, temos a vala negra dos clubes que nos despertam extrema aversão. Um amigo, recém-chegado da Alemanha, coloca o Fluminense no topo da lista. Para outro amigo, que acompanhou in loco os anos 60, esse clube é o Botafogo. No meu caso, que comecei a ver futebol na segunda metade dos anos 70, esse clube sempre foi o Vasco.
Figuram nessa galeria maldita, com cadeira cativa, agremiações como o Atlético-MG, Grêmio e Palmeiras - dentre outros que, talvez, em maior ou menor grau, merecem nossa ânsia de vômito: Corinthians, Paraná Clube etc e tal.
A insistência do Sport Clube Recife em proclamar-se como campeão brasileiro de 1987 - sem que sequer tivesse competência para conquistar um Módulo Amarelo - sempre foi encarada por mim como uma coisa folclórica, uma ilusão bizarra, uma mera fantasia da abençoada terra do Maracatu. Enfim, algo para não se levar a sério. Nesse caso, minhas baterias sempre foram apontadas para a CBF, que, desde então, por conveniência política, prefere fazer ouvidos de mercador para o bom senso.
Devo dizer que estava enganado. A cena exibida pelo Sportv foi um tapa na cara. Mostrou que, ao entoar grito de guerra tão repugnante, o torcedor do Sport tem no DNA a mesma incabível identidade de gênero dos seus "colegas" de São Cristóvão.
Resta saber que identidade. Um caso de disforia de gênero? A resposta é de vocês.
terça-feira, 3 de abril de 2007
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