quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Uma vitória e alguns alertas

Não me lembro de ver o Flamengo enfrentar um adversário tão frágil quanto o Unión Maracaibo nesta temporada. Claro, beleza, tá legal: o time venceu. Mas o 3 x 1, pelo placar em si e pela maneira como a equipe se apresentou, evidenciam vários defeitos que, se não forem corrigidos a tempo, podem colocar um jogo, e conseqüentemente uma vaga ou título, por água abaixo.

A marcação frouxa, já citada anteriormente por colegas aqui mesmo no blog, mais uma vez ficou nítida. Enquanto o adversário ataca, os jogadores do Flamengo se limitam a assisti-lo. No máximo o cercam. É como se pensassem: “vamos ver até onde isso vai dar”. E às vezes dá em alguma coisa. À ineficácia, podem ser somadas duas palavrinhas: preguiça e displicência.

Diminuir o ritmo também foi outra péssima opção. 3 x 1 ficou baratíssimo. E com um gostinho amargo. Duvido que qualquer outro time, nesta Libertadores, desacelerasse tanto quanto fez o Flamengo. Dava para encaixar uns seis numa boa. Nunca é demais lembrar que o saldo de gols é importante como critério de desempate. E serve para definir até o adversário da próxima fase, já que o regulamento não prevê cruzamento entre grupos, leva em conta apenas a colocação e o número de pontos - o melhor primeiro colocado encara o pior segundo, e assim por diante. Podemos enfrentar qualquer um.

Me preocupa bastante o temperamento do Souza. No último sábado, contra o Madureira, entrou fácil nas provocações do velho de guerra Odvan. Ontem, em vários momentos, ficou excessivamente nervoso por causa de umas mãos e cotovelos que, vez outra, lhe acertavam malandramente o rosto. Pode ser expulso facilmente em um confronto mais difícil, contra um adversário de maior gabarito. Falta malícia ao atacante - ele apenas pensa que a possui -, assim como a boa parte do elenco.

O que é o Claiton, afinal? Parece uma mistura de Predador com Lionel Richie. Tem condições de ser importante para o time, mas tem absoluta certeza de ser melhor jogador do que é. E pode estar puxando um ronco no vestiário que, se sai um gol, ele dá um jeitinho de aparecer na foto da comemoração.

O resumo da ópera é uma obviedade: se o Flamengo quiser chegar a algum lugar na Libertadores, deve melhorar muito. O ano está no começo e o grupo é fácil. Há tempo - alguns jogos - para arrumar a casa. Espero que técnico, jogadores e também os dirigentes tenham o mínimo de autocrítica para reconhecer alguns problemas que podem prejudicar a caminhada da equipe.

Mas é isso aí. Vamos deixar os caras trabalharem.

Flamengo Net

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