O Antonio F. de Almeida acaba de me telefonar lá de Potosi. Arfante, o intimorato rubro-negro e incorrigível apostador acabara de chegar ao seu quarto no Hotel Libertador, na esquina da Calle Millares com Nogales e reclamou muito da decepcionante oferta de bons vinhos nas adegas locais e da dificuldade que encontrava em fumar seus 40 hollywoods diários naquele sufocante racionamento respiratório. O velho AFA, apesar do otimismo que o motivou a gastar mais de 2.500 reais só pra chegar lá nas Bolívias Andinas, manifestou sua extrema preocupação com as apostas que deixou casadas no Brasil para esse nosso jogo de estréia na Libertadores.
Mesmo não sendo afeito aos grandes esforços físicos, AFA está em forma (de pêra, mas em forma) e ficou bolado quando sentiu na pele que os 4000 metros de altura são foda mesmo. Além da pobreza oxigênica AFA está grilado com o estado do gramado dos caras:
- Pior que o campinho do Bonsuça, na Teixeira de Castro. Totalmente esburacado e cheio de partes peladas. Já tenho a fundamentação pra pedir a anulação se algo não sair como o planejado.
Nessa hora eu quis saber que fundamentação seria essa e o AFA então expôs sua interessante teoria do Ladrão Boliviano de Gás. Claro que não possuo a capacidade de reproduzir a riqueza vernacular do AFA mas vou tentar resumir o que ele me disse, já que se recusou a tentar postar novamente usando a ridícula conexão discada do Hotel Libertador.
Pode até ser que a baixa oxigenação esteja dando alguma espécie de barato no AFA, mas devemos respeitar as palavras de um cara que vai até aquele fim de mundo pra prestigiar o Flamengo. Eu não conheço ninguém que tenha ido tão alto pra torcer pro Mais Querido. E dentro de toda essa viagem do AFA tem uma grande verdade: Não existe explicação pra Sul Americana permitir a realização de um jogo da competição mais importante do continente naquela atmosfera venusiana.
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