A grande obra a se fazer
"(Se) nos convocar, podemos e haveremos de ser legião"
Começo citando o post abaixo do Nelson Bata para falar daquele que seria, para mim, o grande desafio do nosso próximo presidente: nos transformar em legião. Já escrevi sobre isso aqui algumas vezes, em posts e comentários, e me parece que essa época de eleição é um bom momento para trazer o assunto à tona novamente.
Não sei quantos sócios estão, hoje, aptos a votar nesta eleição que temos debatido por aqui. Em 2003, quando Márcio Braga elegeu-se para o mandato atual, eram cerca de 6.500 (e foram pouco mais de 2 mil os que efetivamente votaram).
O Inter, que agora se prepara para disputar o título mundial - sem parcerias mirabolantes nem nada disso - tem mais de 30 mil. E, com isso, eles têm uma receita de cerca de um milhão de reais por mês.
A pergunta é: o que vai ser feito para o Flamengo chegar a algo parecido com isso?
É claro que não se imagina esta quantidade de sócios pagando a mensalidade que hoje existe para se frequentar a sede social. O que se espera é a criação da modalidade de sócio-torcedor, para todos aqueles que são Flamengo e querem apoiar e participar da vida do clube mas não se interessam, não moram perto o bastante ou não têm dinheiro suficiente para ir tomar banho de piscina na Gávea. Pode-se atrair este enorme universo de pessoas, mesmo que estes - ao menos em um primeiro momento - não tenham direito a voto no clube, por questões de estatuto.
O Flamengo , nestes últimos três anos, avançou na área do marketing. Foi apenas um início, mas contratou-se profissionais da área e alguns bons projetos foram levados adiante - um bom exemplo é a parceria com a Nova Schin. Há ainda outras idéias interessantes; hoje mesmo li sobre o novo quiosque rubro-negro na praia de Copacabana e a intenção de se produzir vídeos exclusivos para Internet e celular. Legal.
Mas o que eu espero agora é este salto: um planejamento sério para atrair e fidelizar a torcida, fazê-la contribuir com regularidade, tornando-a uma das grandes fontes de arrecadação para o clube, em nível ao menos comparável ao patrocínio de camisa e às receitas de TV. Não se consegue isso da noite para o dia, mas também não é projeto para décadas - e tem que ser iniciado já. Outros estão fazendo e nós, que temos o maior potencial, estamos ficando pra trás.
Eu humildemente trabalho com marketing e tenho lá minhas idéias. Muita gente bem menos humilde que eu também trabalha e também as tem; outros tantos não estão nessa área, mas também volta e meia se pegam imaginando projetos que não são nenhum ovo de Colombo, que outros clubes e empresas realizam, e se questionando: "por que o Flamengo não faz isso?"
O que eu gostaria de saber é: o que a diretoria está imaginando quanto a isso? Quais são os planos? Por que se ouve falar tanto de projetos para parcerias com multinacionais e empresários com os mais diversos objetivos, e nada sobre aumentar o número de sócios? Por que, em todas as entrevistas com os pretendentes ao cargo de presidente do Flamengo, nenhum deles toca no assunto?
Seria bom, de verdade, de ouvir dos candidatos algo a respeito.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
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