1987 e Milton Neves: por quê insistir
Em primeiro lugar, creio que poderíamos resumir a necessidade de contestar o sr. Milton Neves citando um de seus similares: Josef Goebbels. É atribuída a Goebbels, braço direito de Hitler na concepção do III Reich, a frase "Uma mentira mil vezes repetida se torna uma verdade". Consta que Goebbels jamais teria lido, no entanto, a frase de Lincoln, presidente dos EUA no século 19: "É possível enganar alguns durante todo o tempo, é possível enganar todos durante algum tempo, mas é impossível enganar todo mundo durante todo o tempo". O sr. Milton Neves deve conhecer as duas frases, o que explica seu comportamento.
A mentira desta vez nasceu sem pernas: o sr. Milton Neves defende a "legitimidade" do título de 1987 do Sport Clube de Recife, agremiação sem a menor tradição na primeira divisão do futebol brasileiro, mesmo sabendo do cenário de confusões da época. O que falta, no entanto, é coerência.
Na mesma coluna da Placar - podem pesquisar - o sr. Milton Neves já veio a público, com sua imensa parcialidade (do tamanho de sua pança), defender que o Santos Futebol Clube fosse declarado heptacampeão brasileiro pela CBF em virtude das inexpressivas "taças Brasil" conquistadas pelo time de Pelé, Coutinho e Pepe; em suma, o sr. Milton Neves veio a público contestar a CBF, a mesma CBF que ele agora "defende" (aspas, por favor) para dizer que o Sport é campeão brasileiro. Claro, as coisas para este jornalista (?) funcionam assim: se interessa a ele (ou seja, se alguém patrocina, como acontece em seu péssimo programa), é verdade. Se não interessa, é desprezível.
Não li (e nem vou ler) a coluna na Placar, mas devo dizer que foi a gota d'água no pote cheio de diversas colunas absurdas do sr. Milton Neves. Tenho 38 anos e sou leitor da Placar desde a época de ouro, na década de 70. Aprendi a respeitar times de outros estados (o Inter de Falcão, o Palmeiras de Telê Santana e o Cruzeiro de Nelinho, por exemplo) lendo a Placar. E creio que aquela Placar respeitava o Flamengo e seus torcedores. Me desculpe agora seu editor, Sérgio Xavier: mas a Placar é responsável, sim, pelas coisas que escreve o sr. Milton Neves. O papel dela é selecionar. Não é o de censura, mas, sim, de edição. Este mês, por exemplo, já sabendo desta coluna, não comprarei a Placar. E não comprarei a Placar nunca mais, por mais que seja a única revista de futebol do país. Pelo menos enquanto existir a coluna do sr. Milton Neves.
Por tudo isto, acho que não se pode ficar calado. Não se pode calar diante de opiniões baseadas em "Morsa, Oscar Roberto de Godói e sei lá o que de Oliveira". A torcida do Flamengo precisa ir à luta. Formez les bataillon. Vamos fazer tudo o que o clube não fez nestes 19 anos, que é defender o esforço de Zico, Renato Gaúcho, Leonardo, Bebeto e cia, que venceram uma semifinal histórica contra o Atlético e uma final espetacular diante de 100 mil pessoas contra o Internacional. Não vamos deixar que esse esforço, essa conquista épica, seja desvalorizada em função de uma pantomina ridícula da CBF e do Sport Club do Recife. Não, calar, jamais. Não vamos deixar esta mentira chegar ao seu milésimo pronunciamento.
Listas de emails, comunidades no orkut, spams para a Placar, para os patrocinadores da Placar, para os patrocinadores do Milton Neves, enfim, que se formem os batalhões. À LUTA.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18571762&refresh=1
quinta-feira, 10 de agosto de 2006
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