quarta-feira, 23 de novembro de 2005

De saco cheio

Trecho de matéria publicada no Pelé.Net:

Em tom de desabafo, o volante Júnior contou que as críticas ajudaram o Rubro-Negro a reagir e, ironicamente, agradeceu à imprensa pela força."As críticas vieram a calhar. De coração, precisamos agradecer a vocês [imprensa]. Nos motivamos muito", disse.

Bom, o raciocínio lógico só pode me levar à seguinte conclusão: se a imprensa não tivesse ridicularizado o Flamengo, o clube não teria se recuperado, estaria rebaixado e continuaria a brindar seus torcedores com atuações, digamos, ridículas. Não quero defender jornalista nem jornal algum, e menos ainda falar sobre eles neste post, mas esse tipo de "desabafo" reacionário e infantil, não só do Júnior como de outros jogadores de outros clubes em outras ocasiões, é completamente dispensável. Como disse o técnico Muricy Ramalho, do Internacional, no último domingo, quem ganha em dia deve estar motivado sempre. Ficar de lenga-lenga durante mais de trinta rodadas para depois, com a corda no pescoço, se preocupar em jogar bola, não resolve nada. Falta o mínimo de autocrítica para jogadores e técnicos do futebol brasileiro.

Outro trecho da matéria ressalta que o contrato de Júnior tem duração até 2008, e que o jogador teria descartado "trocar o Flamengo pela Europa neste momento. Eis sua declaração: "Só saio daqui se ganharmos títulos. Quero ser ídolo". Tá certo. O cara tem bom futebol, é novo e pode oferecer alguma coisa durante uma temporada (se não abandonar a máscara de vez) antes de ser vendido para o exterior como qualquer jovem valor. Esse tipo de declaração política também já encheu o saco. Ou os caras acham que o torcedor é trouxa, ou imaginam que dois anos são suficientes para se entrar na história de um grande clube. Robinho é exceção. É craque e conseguiram segurá-lo por mais tempo que o esperado. Júnior faz parte, no caso de ser exportado, dos 99% que deixa o país ainda sob o status de promessa.

Flamengo Net

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