A volta de quem nunca deveria ter ido
Foi agora há pouco. Degustava um vinho neozelandês de excelente safra na Expovinis, em São Paulo, quando subitamente toca o celular. Do outro lado, Camanho Palhares - um dos poucos baianos lépidos (sem duplo sentido, por favor) que conheço.
- AFA!
- Fala!
- Não sabe da melhor...
- O marido dela foi para a Sibéria?
- Não, muito melhor!
- O que pode ser melhor do que isso?
- Ele está de volta!
- Ele, quem, porra?
- O cara que te deu essa boa vida.
- Puta que o pariu*, sério? Jean, de volta ao Mengão?
Por um momento esqueci do Hawke's Bay Estate Selection Sémillon. Segundos de estupefação. Então o filho pródigo estava de volta. Obina, Claudio Pitbull, nenhum desses cabeças de bagre tem tanta vocação para o gol quanto o sujeito que com uma trifeta memorável calou os casacas e, indiretamente, engordou minha conta bancária.
Sim, meus caros, se hoje os vinhos mais baratos que bebo custam a bagatela de R$ 100, é porque um dia tivemos o matador Jean, é porque um dia tive a iluminação de ser o único numa casa de apostas clandestinas a apostar que ele faria três gols em menos de 45 minutos, numa final de campeonato .
E ele está de volta. Finalmente saiu daquele clube insosso e inodor das Alterosas, comandado por um levirce que não sabe reconhecer o talento nato de um verdadeiro gênio da área. Definitivamente, a diretoria do Flamengo deu-me a prova de que sabe o que faz.
Desculpem-me os pessimistas, mas depois dessa, nada mais me resta a dizer senão "Rumo ao hexa!".
* Sei que vou levar um gancho da Administração do Blog por narrar o papo ipsis litteris, mas fazer o quê... Essa notícia foi melhor do que qualquer vinho recomendado pelo Renato Machado.
quinta-feira, 5 de maio de 2005
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