RETRATO EM BRANCO E PRETO
Por outro lado, entram dirigentes, saem ex jogadores, saem amadores, entram "profissionais", todos atirando contra todos, uma espécie de batalha de artilharia entre combatentes cegos e surdos. Mas não mudos, longe disso. Cada vez se fala mais e cada vez mais bobagens, tudo o que o clube não precisa. Não há paz para trabalhar, para tentar organizar, para tentar armar um alicerce que seja para o médio e o longo prazos, pelo menos. O curto prazo? Essa é a terra de ninguém, onde você tem que ser artista para não ser apanhado no fogo cruzado.
Sei que há gente tentando desesperadamente apagar os incêndios, apaziguar os ânimos e tentar chegar ao porto mais próximo, sãos e salvos. Deus lhes dê forças para conseguirem. Mas sejam rápidos, busquem as alianças e as competências que são cada vez mais urgentes e raras. Me preocupa sobremaneira que os egos de hoje se sobreponham aos desmandos e às coisas ainda piores, do ontem e do anteontem. Meu Flamengo não vai agüentar por muito tempo mais essa sobrecarga. Lembrem-se dos pequeninos rubro negros, que tendem a se tornar cada vez mais escassos, carentes de um sopro de esperança e de alegria. A glória do passado do Flamengo foi feita por eles Será que sobreviverá sem eles?
|