quarta-feira, 11 de maio de 2005

RETRATO EM BRANCO E PRETO

Para ser bem sincero, está mais para filme velado do que retrato em branco e preto. Há um clima estranho na administração. Por um lado vemos o presidente Márcio Braga, que, por mais que se possa criticar, tem uma história gloriosa no Flamengo, vivendo um inferno astral justamente no fechamento de sua carreira como dirigente do clube. Não merece isso, mesmo se tem cometido erros que não cometia antes.
Por outro lado, entram dirigentes, saem ex jogadores, saem amadores, entram "profissionais", todos atirando contra todos, uma espécie de batalha de artilharia entre combatentes cegos e surdos. Mas não mudos, longe disso. Cada vez se fala mais e cada vez mais bobagens, tudo o que o clube não precisa. Não há paz para trabalhar, para tentar organizar, para tentar armar um alicerce que seja para o médio e o longo prazos, pelo menos. O curto prazo? Essa é a terra de ninguém, onde você tem que ser artista para não ser apanhado no fogo cruzado.
Sei que há gente tentando desesperadamente apagar os incêndios, apaziguar os ânimos e tentar chegar ao porto mais próximo, sãos e salvos. Deus lhes dê forças para conseguirem. Mas sejam rápidos, busquem as alianças e as competências que são cada vez mais urgentes e raras. Me preocupa sobremaneira que os egos de hoje se sobreponham aos desmandos e às coisas ainda piores, do ontem e do anteontem. Meu Flamengo não vai agüentar por muito tempo mais essa sobrecarga. Lembrem-se dos pequeninos rubro negros, que tendem a se tornar cada vez mais escassos, carentes de um sopro de esperança e de alegria. A glória do passado do Flamengo foi feita por eles Será que sobreviverá sem eles?

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