Jogando no Limite
Ser Flamengo é assim. É você acordar num domingo qualquer de maio, sabendo que o seu time vai jogar contra o Santos, virtual bicho-papão do campeonato, que tem o craque mais badalado do Brasil, e portanto, franco favorito no jogo de logo mais a tarde, e no primeiro contato com o seu vizinho, jornaleiro, ou amigo deixar escapar aquela frase irresistível: ´Acho que hoje vai dar Mengão. Tô pensando em ir lá pra Ilha conferir`.
O domingo passa e quando vai chegando a hora do jogo aquela ponta de esperança vai se tornando uma quase necessidade, como se daquele jogo dependesse a sua própria honra. ´Hoje temos que ganhar....` Não se trata de uma final de turno, muito menos de campeonato, que na verdade está apenas começando. De fato, uma derrota para o Santos não seria assim uma surpresa, nem causaria maiores traumas, mas aquele jogo torna-se a sua obsessão de final de tarde de domingo, e uma vitória surge na mente de uma Nação.
O jogo começa e os erros de um time visivelmente inferior tecnicamente não tardam a aparecer. Mas o time joga com uma raça, com uma vontade que não se via há algum tempo, e aquela esperança que virou necessidade, passa a se tornar realidade.De fato, o jogo está de igual pra igual. Jogo duro, disputado, bom de se ver. No entanto, o inevitável para muitos parece estar a caminho: o menino craque ganha com facilidade da zaga rubro-negra e toca para seu companheiro marcar 1 a 0. Injustiça! Justamente no dia que o time estava dando tudo de si, jogando de igual pra igual com um time sabidamente superior iríamos amargar mais uma derrota? Não. Sabíamos que naquela tarde era possível reverter a situação. O time estava bem, e tínhamos peças dentro de campo muito inspiradas. Na frente, o Jean correndo desesperado de um lado para outro, e atrás o Diego pegando até pensamento. Aquele jogo era nosso. E assim foi. Na certeza de quem saiu de casa e foi até a Ilha conferir, ou mesmo em quem pagou o pay-per-view pra assistir. Lá no fundo, sabíamos que ´tínhamos time` pra ganhar do Santos ou de qualquer um.
Bastava vestir a camisa, ser Flamengo, e jogar no limite....
terça-feira, 17 de maio de 2005
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