A dura e triste realidade
Vez ou outra, deparo-me com críticas ao Celso Roth, pelo estilo de armar suas equipes. Retranca, falta de ousadia, covardia... Parecem não lembrar do Goiás de 2004, armado por Celso Roth, que terminou em 6º lugar o Brasileiro, com 81 gols (o terceiro melhor ataque). Era um time certinho, equilibrado e com um elenco melhor que esse do Flamengo. Bem melhor.
Vejam só: os alas eram Paulo Baier e Jadílson. Na frente, Rodrigo Tabata, Leandro e Alex Dias. O Flamengo nem ala-esquerdo tem. Fellype ainda não é um jogador pronto. Tem duas ou três boas apresentações no profissional, mesmo assim em jogos incompletos. Portanto, não pode assumir a responsabilidade de comandar a equipe dentro de campo. Jean? Não engana mais ninguém. Obina é esforçado, mas sozinho não vai resolver sempre.
Mesmo sabendo que há no elenco apenas dois atacantes (Jean e Obina), continuam cobrando um time ofensivo. Cobra-se ofensividade, sabendo que o reserva do Fellype é o Caio, sempre contestado. Então, querem o que?
Celso Roth faz o que pode. Está escalando o melhor que tem e equilibrando o time defensivamente. Se não há qualidade, tem que ter ao menos competitividade. Não seremos competitivos se o sistema defensivo ficar desequilibrado. Zagallo, na ausência de Petkovic e Edílson em 2001, chegou a escalar Leandro Ávila, Jorginho, Rocha e Beto; Roma e Reinaldo. Lembram? Só que a ausência para Zagallo torna-se inexistência para Celso Roth. Não temos elenco, definitivamente. A cobrança não deve ser pela ofensividade, mas sim pela qualidade. Esta só será possível no caso de contratações, boas contratações.
Quando tivermos realmente bons alas, um meia de ligação e um atacante para jogar com o Obina, aí sim poderemos cobrar à vontade. Enquanto isso, só temos que aceitar esse time aí. Ruimzinho, esforçado, que vez ou outra vai nos dar uma alegria, como foi contra o Santos. E não vai ser contratando jogadores do quilate de Jean e Fernando que melhoraremos. Com essa política de "ao invés de contratar jogador ruim, vamos trazer jogador ruim que já tenha atuado no Flamengo e conheça o clube" não sairemos do lugar. A esperança é não brigar lá no final da tabela. Se terminar entre os dez, doze primeiros, vai ser como um título.
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O erro no gol do São Caetano foi geral. Todos desatentos, pareciam esperar um cruzamento direto para a área. Entretanto, a falta foi cobrada rapidamente, o jogador que recebeu a bola na ponte teve espaço e tranqüilidade para rolar pro centro da área, com a defesa do Fla toda desarrumada. Bobeada de todos.
segunda-feira, 23 de maio de 2005
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