A solução é a mediocridade
Este blog é formado por pessoas inteligentes. Gastamos cérebro, tempo e verve para analisarmos diariamente os problemas do clube, as razões estruturais, o contrato com a Petrobrás, a relação do Lula com o Márcio Braga, a influência da crise financeira do país na gestão do Mengo, entre outros tantos assuntos esotéricos. Tudo para tentarmos entender o péssimo momento que vive nossa paixão comum, momento este cuja data de início é difícil de precisar (era Edmundo? 2002? Era Kleber Leite? século XXI?) ,e a data de encerramento parece mais distante ainda...
Ontem, ao assistir ao jogo confortavelmente instalado na acolhedora morada do colega blogueiro Mário Cruz, tive uma revelação: estamos passando vergonha porque o time é medíocre. Simples assim. Sei de todo rosário de desgraças que nos levou até aqui, mas acho que tem horas que precisamos abdicar de longas explanações e nos concentrarmos no simples. O conjunto de jogadores que ora enverga a camisa rubro-negra e que se auto-intitula "Flamengo" não tem condições para fazer uma campanha decente no Brasileiro. Paradoxalmente, aí pode estar o fio de esperança, a última chance de redenção para todos.
Não há muitas saídas imediatas. Podem inventar Titemania, Luxamania, Leãomania, podem fazer uma revolução e apagar os vestígios da dívida do Flamengo nos computadores do INSS, mas faltam 10 dias para começar o campeonato e não virão mais inúmeros reforços. Times medíocres podem se comportar decentemente, se bem armados, organizados, dispostos e liderados por uns 2 bons jogadores. Fundamentalmente, se assumirem sua condição medíocre e trabalharem em cima disso. O Santo André foi um exemplo. Nossa chance de sobrevivência está nesta tomada de consciência da equipe. Se cada um pensar "sou um jogador mediano, num time medíocre, humilhado e fraco, que outrora foi orgulho nacional e internacional. Vou marcar que nem o Amaral, correr como o Euller, ter a disciplina e a firmeza de um Dunga e o amor à camisa de um Rondinelli", temos alguma chance. Se continuarem iludidos com a mística rubro-negra, achando que a invocação mágica do nome "Flamengo" transforma qualquer bando num time bom, estamos fritos. Basta, portanto, que os jogadores se rendam ao fato simples e cristalino : o time é medíocre. Nesse reconhecimento quase religioso está a chave para a redenção. Ainda há tempo para a penintência.
quinta-feira, 14 de abril de 2005
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