Idéias para o Flamengo: como ganhar dinheiro com ingressos
Não é tão frequente assim, mas tem horas em que dá pra elogiar a diretoria do Flamengo. Ontem, junto com o Botafogo, o clube anunciou o novo esquema de venda de ingressos para o Campeonato Brasileiro. Além da pessoa ter que dar o CPF para comprar um máximo de quatro ingressos, o que deve dificultar em muito a vida dos cambistas, há a promessa de que haverá um belo esquema de venda antecipada, em pontos espalhados da cidade. E, melhor ainda: venda pela Internet de ingressos para jogos de todo o campeonato. Semana que vem, já será possível garantir lugar em um jogo que acontecerá daqui a meses. Parece mentira!
O campeonato de pontos corridos tem essa vantagem: é possível fazer esse tipo de planejamento e ganhar dinheiro com os jogos através de parcerias que podem ser muito mais consistentes. O primeiro passo está dado, e agora há condições de ir além.
Por exemplo: quantas festas e shows vocês já viram vender ingressos antecipados com descontos - se comprar até dia tal, custa X; até duas semanas depois, custa 2X; na hora, 3X. Com este sistema de venda de ingressos, é possível apostar nisso: quanto mais antecedência houver na compra, maior o desconto. Quantos se interessariam em comprar por, sei lá, 4 reais agora um ingresso para um Flamengo x Santos na última rodada?
E porque não também descontos progressivos para quem comprar ingressos de uma só vez para mais de um jogo? Um ingresso custa 15; se comprar para dois jogos, sai por 29. Se comprar 3, sai por 42...
A idéia aí é conseguir a garantia de público no estádio em todos os jogos ao longo do campeonato e antecipar a receita da bilheteria.
Faz falta o carnê para o campeonato, como foi feito no ano passado. Para justificar o fracasso de uma campanha conceitualmente ruim, tanto em sua concepção quanto em sua comunicação, os dirigentes alegaram que "falta essa cultura no torcedor brasileiro". Ora, se interromper o processo, essa cultura não se formará nunca. Como citou o Ubiratan Leal no ótimo Balípodo (vocês conhecem?), a diretoria do Flamengo tem apenas apostado em soluções de curto prazo, que podem até aliviar a situação de momento mas não deixam nada para o ano seguinte. O Atlético-PR vendeu, se não me engano, 2.500 carnês no ano passado, e está insistindo este ano na perspectiva de conseguir algum aumento. Prosseguindo, e a coisa sendo interessante para o torcedor, um dia esta renda chegará a ser significativa.
E, é claro, faltam os descontos para sócios. É preciso um mínimo de esforço para fidelizar o seu consumidor. Não vou nem entrar de novo no assunto da criação do Sócio Torcedor, que me parece óbvia.
Não é tão frequente assim, mas tem horas em que dá pra elogiar a diretoria do Flamengo. Ontem, junto com o Botafogo, o clube anunciou o novo esquema de venda de ingressos para o Campeonato Brasileiro. Além da pessoa ter que dar o CPF para comprar um máximo de quatro ingressos, o que deve dificultar em muito a vida dos cambistas, há a promessa de que haverá um belo esquema de venda antecipada, em pontos espalhados da cidade. E, melhor ainda: venda pela Internet de ingressos para jogos de todo o campeonato. Semana que vem, já será possível garantir lugar em um jogo que acontecerá daqui a meses. Parece mentira!
O campeonato de pontos corridos tem essa vantagem: é possível fazer esse tipo de planejamento e ganhar dinheiro com os jogos através de parcerias que podem ser muito mais consistentes. O primeiro passo está dado, e agora há condições de ir além.
Por exemplo: quantas festas e shows vocês já viram vender ingressos antecipados com descontos - se comprar até dia tal, custa X; até duas semanas depois, custa 2X; na hora, 3X. Com este sistema de venda de ingressos, é possível apostar nisso: quanto mais antecedência houver na compra, maior o desconto. Quantos se interessariam em comprar por, sei lá, 4 reais agora um ingresso para um Flamengo x Santos na última rodada?
E porque não também descontos progressivos para quem comprar ingressos de uma só vez para mais de um jogo? Um ingresso custa 15; se comprar para dois jogos, sai por 29. Se comprar 3, sai por 42...
A idéia aí é conseguir a garantia de público no estádio em todos os jogos ao longo do campeonato e antecipar a receita da bilheteria.
Faz falta o carnê para o campeonato, como foi feito no ano passado. Para justificar o fracasso de uma campanha conceitualmente ruim, tanto em sua concepção quanto em sua comunicação, os dirigentes alegaram que "falta essa cultura no torcedor brasileiro". Ora, se interromper o processo, essa cultura não se formará nunca. Como citou o Ubiratan Leal no ótimo Balípodo (vocês conhecem?), a diretoria do Flamengo tem apenas apostado em soluções de curto prazo, que podem até aliviar a situação de momento mas não deixam nada para o ano seguinte. O Atlético-PR vendeu, se não me engano, 2.500 carnês no ano passado, e está insistindo este ano na perspectiva de conseguir algum aumento. Prosseguindo, e a coisa sendo interessante para o torcedor, um dia esta renda chegará a ser significativa.
E, é claro, faltam os descontos para sócios. É preciso um mínimo de esforço para fidelizar o seu consumidor. Não vou nem entrar de novo no assunto da criação do Sócio Torcedor, que me parece óbvia.
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Claro que tudo isso aí é totalmente incompatível com a famigerada promoção Gol de Placa, que deve prosseguir pelo Campeonato Brasileiro. Eles querem vender ingresso em vários pontos, na Internet etc. etc., apostando em dar conforto e modernidade ao torcedor - e, ao mesmo tempo, acumular a venda da metade dos lugares do estádio em um ponto só, todo mundo se amontoando em frente a um buraquinho na parede pra garantir seu ingresso a um real. É um contra-senso e, além de tudo, serve pra desvalorizar seu próprio produto. No dia em que a mamata acabar e tiverem que voltar a cobrar preços normais pelo ingresso, o povão vai achar caro.
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