quarta-feira, 27 de abril de 2005

Flamengo e Religião
Futebol e paixão muitas vezes se confundem. Flamengo e religião , pelo menos pra nós, são sinônimos. E como religião, tem seus dogmas.
Romário, o baixinho marrento, de quem eu fui fã durante um tempo, tornou-se símbolo do futebol carioca frente 'a marra da imprensa paulista, e debaixo das barbas de todos, não só classificou o Brasil para a Copa, numa das maiores atuações individuais de um jogador no Maracanã, como também trouxe o caneco pra casa depois de 24 anos. Isso ninguém tira dele.
Para muitos, isso o torna um deus, mas para nós, da Nação, isso não é muito.
Faltava o teste de fogo: vestir o Manto Sagrado e honrá-lo como ele o fez com a amarelinha. E nesse teste ele não passou. Não só não passou, como feriu dogmas imperdoáveis dignos de excomunhão. 'Deus nós temos um só', isso, ele nunca entendeu. Talvez, se ele tivesse se mantido em sua posição de reles mortal, ele tivesse dado certo com o Manto, e alçado à categoria de gênio. Mas a verdade é que ele falhou, e na minha lista de devoto ele nem consta. A Era Romário foi uma época triste. Um craque, sem dúvida, mas que ajudou a piorar muito esse clima de oba-oba que reina até hoje na Gávea. O Baixinho influenciou negativamente um bom número de jogadores que passaram e que ainda estão por aí, que não gostam de treinar e não estão nem aí pro Flamengo, legado esse que com tanto afinco combatemos. Veio com pompa e circunstância, e ganhou muito pouco. Pra valer, foi somente um campeonato carioca invicto. No mais, arranjou um jeito de não participar dos momentos cruciais. Foi assim contra o Vasco na inesquecível tarde de Rodrigo Mendes, e também nas finais da Mercosul em 99. Aliás, lembro-me como se fosse hoje, quando descobri que o baixinho estava fora das finais contra o Palmeiras. Resoluto, comprei a passagem de avião, saí do trabalho e fui pra São Paulo certo de que o titulo viria para nós. Aquele título nao era da marra, da arrogância ou do relaxamento. Aquele seria a vitória da Raça, da Garra, e do Manto, como tantos outros que nós vimos. E ele veio com Lê, Reinaldo, Rodrigo Mendes e cia. (quem diria....) e não com um craque consagrado e marrento que um dia ousou maldizer Deus e teve aí o seu castigo eterno de não se tornar um imortal na galeria rubro-negra.

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