quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

A Cartilha do "Não pode".

Colegas, a análise tática e técnica do André aí embaixo está praticamente perfeita. Fico, portanto, com a parte da revolta.

Não havia visto nenhum jogo do Flamengo inteiro até agora, por me encontrar numa extensa viagem de férias. Ontem saí do bar onde me encontrava (para ver com calma) e, ligeiramente alcolizado e forrado com junk food e um saco de Ruflles, me postei diante da televisão. Não acreditei no primeiro tempo. Simplesmente consegui achar o desempenho do time bem infeiror à média de 2004, inluindo a tragédia do brasileirão. Não sei se era o álcool, mas olhava Dimba e imaginava Jean um craque. Via os cruzamentos do Ricardo Lopes e comparava China a Jorginho. Via aquelas jogadinhas de efeito do Felipe Gabriel e começava a acreditar que o "outro" Felipe era melhor que Maradona...

Segundo tempo melhorou um pouco e conseguia ver um conjunto de homens em preto e vermelho que começava a se portar como um time. Acho que a primeira coisa que o Cuca tem que fazer é um cartilha de "Não Pode". Uma cartilha, mas direta, sem frescura e platitudes ("visão periférica", "treinar faltas à la Zico", etc). Os mandamentos:

1) NÃO PODE Fabiano sair jogando, correr livre pelo meio campo e dar passes de 456 metros para o infinito. Pensando bem, NÃO PODE Fabiano.
2) NÃO PODE Júnior Baiano fazer aquele gol contra. Aquele não. Pode fazer outros, mais normais, tipo carrinhos desgovernados, cortes de cruzamentos rasteiros que vão para o gol, etc. Gol-Oséas NÃO PODE.
3) NÃO PODE Ricardo Lopes errar tantos cruzamentos. Persiga a mediocridade, e acerte 3 entre 10. Já está bom.
4) NÃO PODE Felipe Gabriel fazer jogadinha de efeito inútil toda vez que toca na bola. Mostrar personalidade não é isso.
5) NÃO PODE Felipe Gabriel se chamara Felipe Gabriel. De jeito nenhum. Isso não é nome de jogador, mas de hair stylist ou herói de novela mexicana. Ou Felipe, ou Gabriel. Nome de jogador tem que ser dissílabo, de preferência: Pelé, Zico, Pepe, algo assim. Serve até Toró, Tévez, etc.
6) NÃO PODE o próprio Cuca ficar batendo papos intermináveis com Júnior, como se estivesse o preparando para entrar. É melhor contratar um auxiliar ou chamar o rapaz para um choppinho.

Com estes 6 primeiros mandamentos, dá pra começar aguma coisa. Depois é só treinar bastante e iniciar uma disciplina de punições físicas para os que não cumprirem a cartilha. Com algum esforço, conseguiremos montar um time medíocre, no sentido "clássico" do termo. E vocês, acrescentariam algo a cartilha do "Não Pode"?

Flamengo Net

Comentários