domingo, 14 de novembro de 2004

Uma última palavra acerca de um clube grande que virou clube pequeno

O Bangu já foi grande. Ou quase isso. Ganhou o campeonato de 1966, chegou à final de um Brasileiro, etc. O América, esse sim, foi grande com toda a certeza. Na década de 70, teve um último time razoável, com Alex, Bráulio, Ivo (Wortmann), Álvaro, Edu. Depois, virou time pequeno, assim como o Bangu. E a Portuguesa? Também bateu na trave no Brasileiro, caiu e não volta mais.

Há times que a gente aqui do Sudeste considera pequenos, como o Paysandu, o Remo, o Goiás, etc. São times grandes em âmbito estadual mas, como não conseguem nada em nível nacional, acabam se apequenando.

Ah, conseguir algo no âmbito estadual e nada em âmbito nacional te lembrou alguma coisa? Sim, claro. O Flamengo. Nenhum dos times que citei no primeiro parágrafo já teve o tamanho do Flamengo, nenhum time do mundo tem uma história e uma torcida como a do Flamengo - a história e a torcida são as mais espetaculares do mundo. SÓ QUE HOJE O FLAMENGO É UM TIME PEQUENO.

Independente do sr. Leonardo Gaciba, sem dúvida alguma, NEM PENSAR em expulsar um jogador do Atlético Mineiro caso ele fizesse falta igual ao do Junior Baiano (esse juiz tem perseguição clara contra o Flamengo), não tem nada a ver uma coisa com a outra: ter um jogador xpulso não significa que você necessariamente vai tomar de quatro ou cinco. COMO O FLAMENGO HOJE È UM TIME PEQUENO, BASTA UMA EXPULSÃO PARA LEVAR DE SEIS.

Pobre, pobre Flamengo. Pobre Flamengo, das goleadas homéricas, para Paraná Clube, Atlético Paranaense, Coritiba, Atlético Mineiro, pobre Flamengo da zona total, da falta de comando, dos salários atrasados, pobre Flamengo de Jean, Negreiros, China, Valdomiro, Ibson, Douglas Silva, Dill, Dimba, Da Silva, Athirson, Zinho.

Quão pobre esse Flamengo, que perde para time de segunda divisão em final da Copa do Brasil com Maracanã lotado. Pobre Flamengo, que já usou quatro técnicos neste campeonato (por acaso, o mesmo número usado pelo Botafogo para cair em 2002).

Pobre Flamengo, cujos jogadores abandonam o time no meio do campeonato. Pobre Flamengo, que tem como craque o Felipe. É craque mesmo, mas é agradável ter esse rapaz como camisa 10, como referência?

Pequeníssimo e previsível Flamengo, que não consegue sequer vencer um clássico neste Brasileiro. Pequeno Flamengo, que leva sempre gol de Marco Brito, de Edmundo com 60 anos, de calcanhar do Alex Alves, de Alex Mineiro, de Washington, de qualquer um. É só chegar e fazer.
Pobre Flamengo, saco de pancadas patético, ridículo, com a torcida dividida, uns patrulhando os outros, com gente achando que é errado criticar um bando de fracassados. Pobre Flamengo, há anos disputando o rebaixamento - e acho que dessa vez vai.

Pobre e lamentável Flamengo, que faz um gol e pára de jogar. Que faz um gol e recua bisonhamente contra o Guarani. Pobre e covarde Flamengo, que depende dos gols de Jean e dos chutes para a frente do Douglas Silva. Pobre Flamengo, que depende do Zinho. Pobre Flamengo, cujo presidente viaja para a Disneylândia nas horas mais difíceis.

Eu resolvi assumir: a exemplo do José Trajano, eu também torço, e muito, por um time pequeno, que é o Flamengo. Torço por esse time, meus amigos, desde a primeira vez que fui ao Maracanã, em 1975, num Flamengo x América. E nunca vi esse time tão patético, tão ridículo, tão covarde, fraco, pequeno e humilhado. Pobre Flamengo, que no fim do ano vai ser abandonado por esses jogadores que o levaram para a segunda divisão.

Sim, esta é a minha última palavra sobre esse time pequeno, porque ultimamente tudo o que a gente escreve de crítica é recebido como "falta de patriotismo", ao melhor estilo Ame-o ou Deixe-o. Eu nunca vou deixar o Flamengo. Vou torcer muito, ano que vem, na Segunda Divisão, porque meu time é um time pequeno que, como já disse, perde para o Santo André na final, leva três ou quatro ou cinco ou seis goleadas por ano, meu time faz um gol e volta para trás.

O meu time é um time pequeno. Já disse o Júlio César: o importante é levar de pouco. Sim, assim pensa o time pequeno. Assim penso eu: esse ano, vamos pelo menos cair para a segunda divisão sem mais uma goleada.

Ah, mas tudo vai dar certo: essa semana vamos dar folga aos jogadores (como na semana passada), treinar meio período, deixar o Júnior Baiano falar à vontade, manter a briga entre diretores amadores e profissionais, treinar o Negreiros, botar o Jean para treinar os chutes a gol que ele nunca treinou e montar a nova zaga com Valdomiro e Anderson Luis, essa que vai enfrentar o Botafogo de Caio e Alex Alves. Sim, tudo vai dar certo. Se Deus quiser, domingo a gente perde de pouco.

Um até breve para a galera do blog. Para mim, é despedida. Tanto do blog quanto do Flamengo. Só volto ano que vem (ao Flamengo), no Estadual e na Série B.

Flamengo Net

Comentários