domingo, 7 de novembro de 2004

Sobre o tal do boicote

Primeiro: André Monnerat, carioca, rubro-negro - muito prazer. :)

Mas indo ao que interessa...

O Dimba acabou entrando em campo ontem, afinal. Acho mesmo que o cara é titular, e ponto. Ainda mais quando a outra opção utilizada é o Felipe no ataque. Enfim: foi o primeiro jogo que eu fui ao Maracanã desde que começou essa lenga-lenga do boicote ao cara (o último jogo meu lá tinha sido contra o Grêmio).

Pois bem: independente de má-vontade ou não dos outros jogadores, é praticamente IMPOSSÍVEL o Dimba receber bolas. Ele se entrega com muita facilidade à marcação, e a verdade é que em 98% do tempo ele não está em boas condições para que se passe para ele. E, nas poucas vezes em que se desloca, o faz girando por trás da defesa e entrando em impedimento - ontem foram uns três assim. Então, ele pode continuar reclamando e gesticulando em meio a três zagueiros adversários, que mesmo que tivessem a maior boa vontade do mundo ele não ia conseguir pegar na bola. Seus gols vão continuar sendo em rebotes dentro da área - o que não é algo a se desprezar fácil assim, aliás.

Só queria deixar esse comentário porque é o tipo da coisa que você só tem autoridade pra falar mesmo quando vai ao estádio. Pela TV, é difícil ver isso. Se bem que teve muita gente em volta de mim berrando, a cada erro do Jean, do Felipe ou de qualquer outro, que "não passam a bola pro Dimba!". O que é o condicionamento...

Isso é uma coisa. Mas tem outra.

Houve um lance específico, unzinho só, em que o Dimba abriu pra receber num contra-ataque. O Felipe pegou a bola, olhou... E virou pro outro lado pra driblar pra lateral. Foi a hora em que o Maracanã levantou e começou a vaiar. Aí ele deve ter ficado ofendido, saiu driblando todo mundo até trombar com um zagueiro, reclamar do juiz e levar o primeiro amarelo. Mas enfim, o fato é que aquele lance foi ridículo, e ficou uma impressão muito, mas muito forte mesmo de que o Dimba não estava tão errado assim, afinal.

E foi nessa que o Dimba acabou saindo com o nome gritado pela torcida, apesar de não ter feito NADA em campo.


* * *
Uma das coisas que dão graça ao futebol é que um time pode ser pior, e até jogar pior mesmo em uma partida específica, e acabar ganhando. Só que, com o Flamengo, isso até agora só tinha acontecido contra a gente: devem ter sido pelo menos umas dez as partidas em que o resultado poderia ter sido um pouquinho mais generoso conosco. Ontem, danou de sairmos ganhando, apesar do sufoco, com o primeiro gol de falta em quase 40 jogos.

Mas: será que o que tivemos no campeonato todo, com todas aquelas derrotas incríveis, foi só azar? Sei não.

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