Júnior é a ONU da Gávea
Quando Bush decidiu que era a hora de tomar conta do Iraque, usou como desculpa que aquele país possuía um arsenal químico pronto para ser usado. Consultou a ONU, teoricamente a organização máxima das Nações, que enviou cientistas para averiguar a informação. Ninguém encontrou nada.
Bush, e seu pau-mandado Blair continuaram insistindo na história e a ONU continuava dizendo "não tem nada, não tem nada". Aí, Bush um dia decidiu invadir o Iraque da mesma forma, sob a desculpa de que tiraria Saddam do poder, já que se tratava de um monstro e que precisava ser eliminado, além de ser amigo de Osama Bin Laden. A ONU interveio e falou que as coisas não funcionavam desse modo e que os EUA não tinham permissão para agir. Enquanto isso, as tropas americanas se moviam para o Golfo Pérsico.
A população americana apoiava Bush e acreditavam que Saddam fosse de fato, uma ameaça e que deveria ser removido a qualquer custo. Sabiam que corriam o risco de mais atentados, mas fascinados talvez pelos Rambos de seu cinema, queriam ver sangue jorrando.
Hoje, os EUA estão num atoleiro sem saída, não encontraram armas em lugar nenhum, Saddam só foi pego devido à traição de um (ex) aliado e Bush vê sua popularidade despencar. Blair, por sua vez, está começando a tirar o corpo fora, já que viu o tamanho da m... que fez. Depois de toda a zona feita, os EUA pediram ajuda à ONU para reerguer o país, dando, somente agora, autoridade e reconhecendo a importância da organização, que eles mesmos ignoraram anteriormente. A ONU, mesmo sabendo que foi ridicularizada, não pode virar as costas para o mundo e tem que corrigir o erro dos outros.
O que isso tem a ver com Júnior?
O Flamengo precisava de um atacante de qualquer jeito, no início do Brasileiro. Júnior, junto com a diretoria, tentou Dimba. Fizeram uma oferta, o cara até aceitou alguns termos, mas impôs outros e Júnior disse que "não tem grana". Todos apoiavam sua atitude séria e concordavam que não poderia haver loucuras, por causa de um Dimba.
Tinha o time e a torcida ao seu lado.
Os resultados foram piorando e a pressão aumentando. Júnior, sério como sempre, dizia que não tinha dinheiro. A diretoria amadora, que nunca aceitou ser mandada por um profissional, não aceitava os resultados e a falta de um atacante. A torcida começava a criticar.
O Flamengo continuava perdendo e Júnior tentou Dimba mais uma vez. Aí, quase acertou, mas o cara preferiu outro clube. Chegou a hora de quem não devia fazer nada, fazer a sua m...
Desconsiderando todo o planejamento e a total falta de dinheiro, Rocha e Dantas (Bush e Blair) foram atrás do cara, ofereceram o que não tinham e fecharam com o cara. Júnior não foi consultado e acabou, mesmo com toda a sua história no clube, relegado a uma posição humilhante. Mas o atacante foi contratado. A torcida fez festa, porque acha que o cara vai solucionar todos os problemas e que agora o time decola. "Resolvemos o problema e agora o time anda", dizia a dupla, como se fosse tão simples assim.
Mas precisava de um treinador. A quem a diretoria recorre? À ONU - Júnior.
Segundo os diretores, "que vai resolver o problema do técnico é Júnior, já que nós trouxemos o atacante". Júnior, desmoralizado perante o clube, simplesmente dá a resposta que a ONU deveria ter dado:
- Eles não conseguem qualquer um? Então que tragam o treinador.
O time fica insatisfeito, a torcida diminui a festa. Está apreensiva porque esse cara pode não resolver nada e aí o buraco aumenta. Começam a pipocar Michael Moores de todos os lados na imprensa criticando a atitude da dupla e dizendo que isso vai ter seu preço mais tarde.
A diretoria cruza os braços e continua afirmando que Júnior deve resolver. Que é a função dele. Este, por sua vez e por amor ao Flamengo, ainda não abandonou o barco. Está esperando seu verdadeiro comandante chegar, para ver se trabalha como um general nas forças de paz, ou se tira o barco e vai embora, como um marujo qualquer.
sábado, 24 de julho de 2004
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