Neste último domingo li uma coluna da Danuza Leão na Folha de S.Paulo. Falava sobre alguns dias que a gente acorda no maior baixo astral, sem vontade nem de sair da cama. Aí, dizia ela, você vai se forçando a enfrentar o dia, suplanta esse desânimo e, à medida que o tempo vai passando, você entra no ritmo normal, vê coisas que afastam aquele desânimo inicial e acaba o dia feliz e recuperado. Bom, o texto não é esse, mas a ideia é. Quem quiser ler, o link é este:
quinta-feira, 5 de julho de 2012
DIAS MELHORES VIRÃO
Neste último domingo li uma coluna da Danuza Leão na Folha de S.Paulo. Falava sobre alguns dias que a gente acorda no maior baixo astral, sem vontade nem de sair da cama. Aí, dizia ela, você vai se forçando a enfrentar o dia, suplanta esse desânimo e, à medida que o tempo vai passando, você entra no ritmo normal, vê coisas que afastam aquele desânimo inicial e acaba o dia feliz e recuperado. Bom, o texto não é esse, mas a ideia é. Quem quiser ler, o link é este:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/danuzaleao/1113439-a-felicidade-ainda-existe.shtml
Bom, nessa última terça feira eu acordei mais ou menos
assim, prá baixo, sei lá por que. Talvez porque era o dia do 91º. aniversário
do meu falecido pai, que morreu ano passado. Fui trabalhar com o saco cheio,
como se já tivesse passado oito horas seguidas de aporrinhação e más notícias.
Passei a manhã meio mals, ainda mais com a conversa absurda sobre viagem de
Michel Levy para contratação de Diego e outras babaquices. Cheguei até a
rascunhar um POST soltando os cachorros sobre essa diretoria que parece não ter
limites para a avacalhação do Flamengo. Desisti de publicar porque era terça e
não dava pra competir com o Melo e o RNT. Arquivei e passei a tomar uma overdose
de MSI pra tudo quanto é lado. Não se esqueçam que moro no interior de São
Paulo, reduto de corintianos, palmeirenses e são-paulinos, milhares deles,
coisa de louco.
Saí pro almoço e o dia começou a melhorar. No trajeto até
minha casa encontrei uma mulher, no
meio do calçadão, entre centenas de pessoas , muitas com a camisa do MSI,
obviamente, caminhando altiva com o manto. Não é normal, não aqui. Já vi muito
marmanjo com o manto aqui em Prudente, mas mulher foi a primeira. Ela desfilava
orgulhosa e ria, feliz da vida. Já seria suficiente, mas não tinha acabado.
Terminado o expediente fui correr num parque aqui da cidade.
É todo gramado, ao longo de uns dez quarteirões, cheio de árvores e
equipamentos de lazer: quadras, pistas de skate, trilhas e uma pista de
ciclismo. Eu corro aí, devidamente uniformizado com uma camisa branca do
Flamengo, ainda do tempo da Nike, num circuito oval com gramado no meio. Estava
terminando meu percurso quando percebi um garoto, de uns 8 anos, vindo na pista
oposta, atravessar o gramado, em minha direção. Passou por mim rápido e falou:
esse time é demais, né tio? E vazou, na velocidade própria de sua idade, talvez
envergonhado por ter falado com um desconhecido. Estava vestindo um manto rubro
negro, só vi depois que ele se afastou. Fiquei rindo sozinho, feliz da vida. Se
aqui, nesse interiorzão de
São Paulo, cercado de hordas de corintianos enlouquecidos pela perspectiva de
um título que perseguem como se fosse o Santo Graal, esse garotinho tão pequeno
se enche de orgulho para envergar nossa camisa, o mundo não vai acabar. Aliás,
ficou repentinamente claro que ainda temos um longo tempo de grandeza flamenga
garantida. Lembrei da mulher do calçadão tão feliz no manto,
desfilando a sua alegria de ser rubro-negra. Aqui, onde ninguém veste um
uniforme que não seja dos times paulistas. Vestem camisas do Barcelona, do Manchester,
do Milan, porque acham que é moda. Ou, como dizem os tricolores de ambas as
pontas da Dutra, porque acham fashion.
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