quinta-feira, 5 de abril de 2012

Se Ronaldinho cair, Patricia deve sair junto.

Isso não é uma informação. É uma conclusão. Notícias vindas de sei lá onde dão conta de que o “maior do mundo” pensa em romper com o “melhor do mundo”. Isso, menos de dois anos após acertarem o contrato que seria até 2014. Isso, após a própria presidente ter dito em entrevista à Placar que “se vendermos Ronaldinho, nos tornamos o Chelsea”.

Foi Patrícia que trouxe o jogador. Venceu a guerra de churrascarias com Grêmio e Palmeiras e assinou com o “melhor do mundo”. Prometeu com a ajuda de um parceiro pagar um salário exorbitante até para padrões europeus. Não cumpriu. Claro, sempre poderá dizer que foi o parceiro que não pagou, mas era o nome do Flamengo e um jogador do Flamengo. Agora diz que pode pagar sozinha. Como, ninguém sabe, já que não tem nada na camisa que ajude nessa tarefa.

Foi Patrícia que inúmeras vezes disse “ele é solteiro, pode sair à noite e está cumprindo tudo com a gente”, deixando assim as portas abertas para dezenas de faltas a treinos, atrasos, atuações melancólicas, completa falta de liderança ou comprometimento com clube/torcida/time.

Foi Patrícia que bancou o jogador na queda de braço com Luxemburgo, imitando Kléber Leite em 1995 e mostrando ao mercado quem manda no futebol rubro-negro de verdade. Qual técnico vai querer assumir o Flamengo, sabendo que terá que ceder à sua maior primadonna sem poder reclamar? Ao menos fosse um Neymar, que compra iates para suas festas, mas promove uma orgia de gols em campo.

Foi Patrícia que viu tudo e nada fez. Jamais enquadrou o “melhor do mundo” ou sequer o chamou para mostrar um pouco de Flamengo. Jamais exigiu mais respeito com os demais jogadores que treinam diariamente.

Foi Patricia que disse que o jogador era sua bandeira, sua conquista, mesmo que isso tenha trazido vexames e desclassificações para o Flamengo. Sejamos justos, ela não é a primeira a comandar times vexatórios, nem será a última, mas nunca antes na história deste clube um presidente defendeu tanto sua maior e mais inoperante estrela sem cobrar uma contra-partida.

A história está cheia de erros de dirigentes. No Flamengo então... Patrícia, e qualquer um, estão sujeitos a erros. Marcio Braga inventou um Dimba que desfacelou o time. Coisa pequena, se comparada com Kléber Leite e o seu Romário. ESS montou uma seleção sem dinheiro e se livrou de uma base que poderia ganhar tudo. Velloso vendeu tudo o que tinha e não tinha. Desde o impeachment ao exílio, todos de alguma forma pagaram. Chegou a hora e vez de Patricia.

Se ela romper com Ronaldinho, não terá sido apenas um erro técnico. Pelas suas atitudes (ou falta de), ela corroborou com o comportamento do “melhor do mundo” dentro e fora de campo. Jamais fez algo para evitar. Não adianta falar “tentamos”. Não, não! É preciso admitir que por um ano e meio não teve a competência para sequer arrumar um maldito patrocinador que pusesse o nome na camisa vestida pelo “melhor do mundo”. Demitir o departamento de marketing? Mas isso também já passou da hora. Tudo já passou da hora.

Vai fazer o que? Esperar eleições? Tentar disputar de novo? Há limite para teimosia. Por uma questão de honra, de honestidade, de carater, de vergonha na cara, Patricia, se romper com Ronaldinho, tem que sair junto. A Libertadores já era. Ganhar o Carioca é uma falta de vergonha sem tamanho, ainda mais considerando o investimento feito.

Mas eu duvido que ela tenha coragem para tal. Se não fez quando viu Zico, que é o Zico, se desligar, não será com um Engodozinho Gaúcho que o fará. Opa, desculpe, “melhor do mundo”.

@lucasdantas

Flamengo Net

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