quinta-feira, 14 de julho de 2011

A VERDADE DOI

Tirando a paixão e a irracionalidade normais de torcedor, não cabe ficar reclamando da perseguição da “mídia” ao Flamengo, creio eu. A gente está colhendo o que plantou. Todos os conglomerados de comunicações do Brasil são empresas com fins lucrativos, inseridas até o pescoço no mais puro capitalismo. Então, não estão aí para perder dinheiro e brigam com todas as armas de que dispõe para manter seus espectadores, leitores, assinantes, etc. Nenhum deles vai montar a sua estratégia em cima de preferências pessoais ou sentimentais. Fosse assim, a Globo teoricamente estaria abraçada com o Flamengo até hoje, uma vez que a família Marinho, até onde sei, é de rubro-negros ( pelo menos o dr. Roberto Marinho, consta que era ). Não é por aí. Trata-se do mais puro pragmatismo do “Business”. Onde estão as melhores perspectivas econômicas, financeiras, políticas , etc? Sou obrigado a admitir que o Corinthians leva essa fácil HOJE. Está no maior estado, tem uma massa torcedora respeitável e em crescimento, tem gente “competente” tocando o projeto, tem influência política que o Flamengo nem de longe tem, ou talvez tenha, mas não consegue aproveitar.
É de se respeitar um trabalho como o deles, que consegue para o clube um estádio como o Itaquerão, que vai ser dado de mão beijada, sem praticamente nenhum investimento próprio. Pode haver algum esqueleto nesse armário, mas isso nem está sendo cogitado. E não é a única forma de fazer as coisas, com certeza. Quanto ao marketing de grandes contratações e sua capitalização pela marca, vamos combinar, eles estão nos dando de dez a zero.
Por isso digo que colhemos o que plantamos. Por que, a meu ver, apesar de todas as vantagens que o MSI tem em função do que já estamos carecas de saber, o Flamengo tem várias janelas de oportunidades escancaradas à sua frente. Temos uma marca que, bem ou mal, ainda é uma das duas mais importantes do país, nesse segmento. Mas que vem sendo castigada de forma sistemática há muitos anos. Parece uma competição para ver quem consegue conspurcar mais o nome e o prestígio do Flamengo. Vai desde o impeachment de um presidente e os impostos não recolhidos, falta de certidões, atrasos em cotas de patrocínio, até as indisciplinas crônicas que se transformam na matéria prima das manchetes que atraem o leitor/espectador/ouvinte e uma perversa aura, que vai se cristalizando na cabeça das pessoas, de que não há competência gerencial em lugar nenhum do clube. Isso tem um custo e nós estamos pagando. É irreversível? Acho que ainda não é. Mas vai chegar um momento que será irreversível sim. Uma das janelas abertas, com oportunidades ilimitadas diz respeito à Copa e à Olimpíada. Gente competente ( onde estão? ) acharia alavancas importantes para catapultar o Flamengo dentro desse período. Mas nós estamos assistindo tudo isso passar pela janela igual à Carolina da canção do Chico. Só ela não viu.
O trabalho de recuperação e “limpeza” da marca Flamengo está atrasado, muito atrasado. São muitos problemas há muitos anos, somando-se na cabeça de investidores, torcedores, publicitários, etc. Como nada se faz para contrabalançar, é natural que se desvalorize a sua importância comparativa. Graças a Deus ela é muito, muito forte, senão já seria irreversível.
Fico muito surpreso que não apareçam lideranças dentro e fora do clube, como foi a FAF por exemplo, para estancar essa sangria, antes que seja tarde demais. Quem dera a dona Patrícia caísse em si e entendesse isso, fizesse valer seu cargo e, depois de 18 meses de “pagamentos” das dívidas eleitorais, se reinventasse como presidente, arregimentando as forças QUE EXISTEM e que podem virar esse jogo ( sim, preciso ser otimista, mas não sou nenhuma Poliana ).
Com a liderança correta e ações inteligentes e imediatas, podemos disputar essa liderança pau a pau com eles. Não vai ser uma briga fácil, eles são respeitáveis também. Mas dá pra vencer essa disputa. Desde que quem decide queira e lute por isso pra valer.

Flamengo Net

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