COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André MonneratComo as Embaixadas Rubro-Negras mostram seu potencial com a comemoração dos 30 anos do título mundial do Flamengo
São as Embaixadas que estão viabilizando a turnê das taças da Libertadores e do Mundial por diversas cidades
Este fim de semana é de joguinho sem qualquer importância para o Flamengo, e ainda por cima provavelmente com alguns titulares poupados para evitar uma suspensão para a semifinal da Taça Rio. Assim, não há assuntos realmente quentes de que se falar dentro das quatro linhas. Aproveito então pra tratar da boa iniciativa da exposição itinerante sobre o título mundial de 1981, que está completando 30 anos em 2011.
É o tipo de ideia simples que serve para aproveitar o caráter nacional da marca Flamengo - seu grande diferencial na luta de marketing contra os grandes de São Paulo. Aproxima os torcedores de fora do Rio do clube, valoriza a história rubro-negra e ainda gera espaço espontâneo na mídia com uma pauta positiva (enquanto escrevo, há uma chamada na home da Globo.com para uma matéria falando sobre a exposição). Poderiam aproveitar melhor ainda a ideia casando a passagem da exposição pelas cidades com ações para vender produtos licenciados, atrair parceiros locais para o clube e estimular a adesão de novos sócios off-Rio, por exemplo.
A "turnê" das taças da Libertadores e do Mundial começou ontem em Santa Catarina, passando nestes próximos dias por três cidades do estado: Joinville, Brusque e Lages. Elas chegam às cidades acompanhadas de painéis contando detalhes das conquistas e até de jogadores que participaram da histórica campanha, como Nunes e Lico. Mas vale ressaltar um ponto da ação que talvez passasse batido, até porque não havia sido mencionado nas primeiras notícias divulgadas no site oficial do clube e por isso acabou esquecido na matéria da Globo.com (mas já aparece na última publicada): a participação ativa das Embaixadas Rubro-Negras.
O projeto das Embaixadas foi inciado ainda na gestão Márcio Braga. É uma ideia interessante, mas que foi colocada em prática de uma maneira que me parecia meio incompleta - a impressão era de que o clube não tinha claro como deveria ser seu relacionamento institucional com as Embaixadas ou até mesmo pra que ações práticas servia aquele projeto. De qualquer forma, era uma semente para algo que, bem desenvolvido, poderia dar bons frutos.
Depois que Patrícia Amorim assumiu, surgiram muitas reclamações sobre o "abandono" das Embaixadas, que pareciam terem sido deixadas meio de lado. No fim do ano passado, foi feita uma primeira ação concreta de aproximação, com um encontro de representantes de várias delas na Gávea com a direção de marketing do clube, para falar do projeto do novo Cidadão Rubro-Negro e como as Embaixadas iriam ser envolvidas nele. Como vocês sabem, o tal novo Cidadão Rubro-Negro não viu a luz do dia até hoje e parece que há um novo projeto de sócio-torcedor sendo desenvolvido pela Traffic. Então, aquele encontro específico talvez não tenha dado lá muito resultado prático quanto ao fim a que se propunha, mas foi um primeiro contato institucional mais intenso do clube com as Embaixadas durante esta gestão.
E eis que agora esta exposição dá uma mostra de como elas podem ser úteis para o clube. São as Embaixadas de cada cidade que estão se responsabilizando não só pela organização local (arrumar lugar para a exposição e organizar seu funcionamento por lá), mas também pelos custos de passagem e reserva de hotéis, por exemplo. O clube entra disponibilizando as taças e os paineis criados para a exposição. Para viabilizar a passagem por Brusque, por exemplo, a Embaixada local conseguiu alguns patrocinadores, exibidos no banner no alto do blog da Fla-Brusque.
A ideia como um todo é muito boa e foi um raro caso de projeto do Flamengo que, quado tomamos conhecimento, já estava todo montado, viabilizado, pronto para vermos funcionando na prática logo em seguida. Provavelmente poderia ter melhoras, mas merece palmas.
Atualizando: o site oficial publicou a lista das cidades que, em princípio, receberão a exposição - não por acaso, todas com Embaixadas Rubro-Negras. Mas avisa que "nada impede" que localidades sem Embaixada recebam as taças e deixa um e-mail para quem quiser viabilizar a exposição em sua cidade entrar em contato. Não parece haver, portanto, uma postura pró-ativa do Flamengo na escolha dos lugares por onde as taças passarão. De qualquer forma, se você tem espírito rubro-negro e empreendedor e sua cidade não está na lista, tem a chance de tentar fazer alguma coisa.
- ANDRÉ MONNERAT escreve também no SobreFlamengo (www.sobreflamengo.com.br e twitter.com/sobreflamengo)
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