Olá, saudações rubro-negras a todos! De volta ao FlamengoNet após um mês de exílio voluntariamente forçado (se é que isso existe), peço um pouco de paciência, pois nessa semana gostaria de tecer algumas considerações sobre essa Copa que acaba de terminar. É pouca coisa, prometo. Copa 2010 – Rápidas Impressões E faço essas ressalvas porque imagino que muita gente já deve estar vivendo uma “ressaca midiática”, não agüentando mais ouvir falar de jabulani, kenako, vuvuzela, polvo profeta, dunga e larissa riquelme (epa, dessa aí pouca gente se cansa). Isto posto, entendo que esse Mundial, agora compondo o passado, terá sido bem marcante, não só pela atmosfera contagiante como pelo futebol praticado, que apesar de criticado por vários (não sem certa dose de razão, pois houve peladas de uma ruindade quase inverossímil), permitiu assistir a espetáculos sensacionais, verdadeiros “thrillers” dignos de cinema (Itália x Eslováquia, Uruguai x Gana), ou mesmo aulas de futebol, como a que a Alemanha aplicou na Inglaterra e na Argentina, e levou da Espanha. Resumindo, uma Copa bem melhor e mais divertida que as duas anteriores. Isso ocorreu muito por conta das tais “tendências”, que são sempre dissecadas e analisadas pelos especialistas, e que não cabe discutir aqui a fundo. Mas deu pra ver, por exemplo, que o “volante-brucutu” foi definitivamente morto e sepultado, pelo menos pelas melhores seleções, dando continuidade a um fenômeno já rascunhado em 2006. Deu gosto ver, por exemplo, nomes como Khedira, Schweinsteiger e Xabi Alonso jogando um futebol mais refinado do que muito meia em atividade por aí. Saindo pro ataque, participando ativamente das ações ofensivas e ao mesmo tempo fazendo parte de sistemas defensivos sufocantes, que concediam poucas chances aos adversários. Outro aspecto que deu pra observar foi a utilização de linhas de quatro defensores pela maioria dos times, mostrando que o esquema de três zagueiros está caindo em desuso. E nessa linha pelo menos um dos laterais atua guardando sua função defensiva, indo pouco ao ataque. Não é de se estranhar que poucos laterais tenham se destacado nessa Copa (a rigor, só o Lahm me chamou a atenção). Por fim, foi interessante ver atacantes sendo recuados para a função de meia, ajudando a coordenar jogadas ofensivas, como foi o caso de Forlán, Kuyt, Podolski e, em alguns momentos, até do Rooney. Aliás, as melhores equipes usaram pelo menos um meia em sua formação principal. Ou seja, o meia não me pareceu uma função em extinção. Bem, agora chega de Copa.
Passagem opaca (ou medíocre mesmo, em alguns casos), não deixaram saudades.Agora quero montar outro time: Zé Carlos, Leonardo Moura, Fernando (1990), Álvaro e Gilberto; Charles Guerreiro, Uidemar, Renato Abreu e Petkovic (2009); Gaúcho e Caio Bem menos vistoso, não é? Essa turma também possui algo em comum. Quando esses jogadores vieram pro Flamengo, provocaram reações que alternaram entre a rejeição, o sarcasmo e a simples indiferença. Tidos como decadentes, inexpressivos ou simplesmente desconhecidos, souberam conquistar a confiança da exigente torcida flamenga e participaram ativamente de times vencedores. Todos foram campeões com o Manto e alguns deles até hoje são lembrados com saudades. Concluindo, não quero aqui asseverar que o elenco é bom, ou que está completo, longe disso. Há problemas e ainda é preciso reforçar pontos vulneráveis, mas é dentro do campo que veremos se determinadas apostas vão vingar ou não. Por fim, pra não passar em branco. Profundamente lamentável o episódio envolvendo o Bruno. Uma lástima. Uma boa semana a todos (na próxima terça, volto contando “causos” e histórias).

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