O Mengão É o Desmistificador Master do Futebol Mundial
É da natureza do Flamengo se agigantar ao enfrentar favoritos, queridinhos da mídia e bichos-papões em geral. Somos assim, a rebeldia corre no nosso sangue, a iconoclastia juvenil de quem não aceita ídolos com pés de barro é uma das nossas maiores marcas. As estatísticas estão aí, comprovando que o Flamengo desde o tempo do guaraná de rolha é a pedra no sapato, a água no chope e o teste da farinha supremo para os que cultivam pretensões de serem lembrados como um grande time.
Quem teve capacidade de assistir ao jogo sem a visão obnubilada pelo fanatismo não vai achar que eu tô tirando onda se disser que o Flamengo demonstrou cabalmente que o Inter não é essa coca-cola toda. Talvez nem fanta seja. Pode ser até que uns e outros me julguem exageradamente fanfarrão por lembrar que o Foguinho sem ônibus (eliminado da CB pela potência futebolística Americano de Campos) nos deu muito mais trabalho que o time vermelho da assessoria de imprensa. Pensem o que quiserem, já não tenho esperança de justiça ou salvação nesse vale de lágrimas, mas a verdade é que o Internacional joga muito é no Zero Hora e no Bem Amigos.
Não sejamos soberbos e admitamos que o Inter seja um bom time. Tem nomes, é famoso e tem um uniforme bonitinho. Mas depois que se vê os caras jogando ao vivo e a cores é como encontrar uma daquelas mulheres que saem na capa da Playboy comprando peixe na feira. Tremendo anticlímax. Sopesando um linguado ou perguntando pelas origens de um namorado, de jeans, camiseta e cara lavada elas continuam muito maneiras e guerreiro que é guerreiro tem que chegar. Mas nem se comparam à imagem das páginas da revista, todas photoshopadas e fazendo cara de pode entrar. No papel elas ficam mais que gostosaças, ficam de outro mundo. Não há quem não se encante.
Com o decepcionante time dos colorados foi exatamente isso que aconteceu. Enquanto eles jogavam lá nas coxilhas onde o minuano sopra por trás contra times de gaudérios com bombacha naquele chatíssimo campeonato de par ou ímpar, aqui na Corte só nos chegavam notícias das maravilhas dos rapazes de camisa vermelha. Proezas realizadas ante o XV de Campo Bom, o Veranópolis e o Capitão Rodrigo Futebol Clube. Bastou se ver diante uma entidade ciclópica como o Mengão Fuderosão Destruidor de Mitos para que o Inter, sem o photoshop farroupilha, mostrasse ao Brasil todo suas liliputianas limitações.
Como um time que almeja reconhecimento como grande ferrabrás do pedaço pode se encolher de forma tão pouco viril? Entocando-se em seu próprio campo com 10 jogadores atrás da linha da bola durante quase todo o jogo o Inter colocou sob suspeição até mesmo sua elogiada política de contratações. Porque ao se armarem olarianamente na defesa deixam no ar a questão: pra que gastar milhões com 3 atacantes fashion se 2 deles ficam dando bicudas no meio de campo e o outro fica sózinhão torcendo por uma bola espirrada? Pior de tudo foi a cera e o cai-cai abjeto, recurso proto-varzeano que envergonhou a todos no Maracanã.
E olha que o Flamengo vem forçando o envelope operacional até os limites da paciência humana. Parece até que Cuca e o Flamengo, depois de terminarem eloqüentemente com o mito de que nosso cerebral meteur en scène não era capaz de dar uma volta olímpica na vida resolveram provar que é possível ser campeão sem fazer gol. Tese das mais amalucadas e sem sentido, mas que o Mengão, na super-humildade de quem não tem atacante mesmo, tem se esforçado para demonstrar possível.
Fico até meio puto de admitir isso, mas a maior qualidade do Mengão hoje em dia é a marcação. Não é nem que o Flamengo tá jogando bagarai, mas o Flamengo marca tanto, enche tanto o saco com 2 e até 3 caras em cima da bola que acaba não deixando o outro time jogar. Legal, parabéns aí, ok. Mas isso é só metade do trabalho! Eu quero ver gol! Se quiser ser alguma coisa na vida, crescer, progredir e criar seus filhos honestamente o Mengão tem que chutar. Não há outra saída.
Mesmo sem chutar o Mengão conseguiu um grande feito nessa noite memorável. Fazer com que os jornalistas especializados repensem seus critérios de distribuição de galardões e na promoção de times medianos à Laranjas Mecânicas Morenas. Se for pra vender jornal esses caras inventam um Ajax de Cruijff por semana. Agora todos vão dizer que temos amplas condições de fazer o resultado lá na casa dos alemão. Aliás, os empates por qualquer placar que não o zerado são nossos. Ou seja, acabou essa palhaçada de favoritismo dos colorados, combinado? O que automaticamente aumenta a nossa responsabilidade e transforma o triunfo lá dentro em uma quase obrigatoriedade.
Mesmo sem gol, foi um jogão. Bruno Yashin The Wall Čech de Souza, Angelim Adamantium, Toróshow, Ibshow e o selecionável Aírton foram os melhores em campo, depois da torcida. A Magnética, como sempre, representou e fez muito mais que sua parte. Incomparável. A vaga nas semis está mais possível do que nunca. Repete aí comigo, meu time: o Mengão tem que chutar! o Mengão tem que chutar! o Mengão tem que chutar! o Mengão tem que chutar! o Mengão tem que chutar! o Mengão tem que chutar! o Mengão tem que chutar! o Mengão tem que chutar! o Mengão tem que chutar! o Mengão tem que chutar...
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