sexta-feira, 3 de abril de 2009

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

Falando um pouquinho de futebol

A notícia da saída da Petrobras, a promoção com as camisas limpas - uma bela sacada do tão criticado marketing do clube -, as especulações sobre os possíveis novos patrocinadores e o fato de que o time já está classificado para a semi-final da Taça Rio fez com que todo o foco fosse tirado do Fla-Flu de domingo. A grande maioria dos papos entre rubro-negros, de ontem pra hoje, não são sobre o time, e sim sobre empresas, logomarcas, que cor fica melhor em cima das listras do Manto Sagrado e por aí vai.

Mas eu, que tanto escrevo por aqui sobre a administração do clube, marketing, grana etc. e tal, vou bancar o do contra e falar um pouquinho do time.

Diego; Éverton Silva, Wellinton e Ronaldo Angelim; Fierro, Toró, Jônatas, Kleberson e Egídio; Erick Flores e Josiel. Esta é a equipe que Cuca deve colocar em campo no domingo. Haveria desfalques de qualquer forma - Bruno, Juan, Íbson e Aírton estão suspensos, e Zé Roberto está machucado. Portanto, não havia muito como escapar de ver um time misto em campo. Mas, sendo eu o treinador, preferiria manter em campo Fábio Luciano, Léo Moura e Willians, os titulares que serão poupados.

Isso porque o time, no duro, só teve um desafio à vera este ano: o clássico contra o Vasco. No jogo contra o Botafogo, no primeiro turno, os times já entraram poupando titulares. Fora isso, apenas confrontos contra times pequenos. E mesmo a partida contra o Vasco acabou sendo "atípica", devido às expulsões. O time de Cuca simplesmente não foi testado este ano contra adversários que tenham um pouquinho mais de ambição além de esperar o Flamengo em seu próprio campo - mas, a partir da próxima fase, isso vai começar a acontecer. O Fla-Flu seria uma chance de ver como o time funcionaria nessas condições. Até porque Parreira está sinalizando que pode mandar seu time a campo com a força máxima.


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Não gosto da idéia de Erick Flores no ataque. Gente que o conhece das categorias de base - como o Patrick, frequentador da área de comentários aqui do blog - diz que ele não era nem meia de ligação, e sim um segundo/terceiro homem de meio-campo. Mas, contra o Americano, os jornais já o colocavam na frente, e ele não jogou tão adiantado - participou de um revezamento com Kléberson e Íbson, com os três trocando de posição, participando do trabalho no meio e encostando em Josiel.

Essa movimentação até deu resultado em alguns bons lances, mas em boa parte do jogo Josiel ficou mesmo sem conseguir participar do jogo - só se incluiu (e começou a perder gols...) depois da entrada de Maxi em campo. Isso pode acontecer de novo no Fla-Flu. Pra evitar o problema, o time vai depender bastante de um jogador de quem muito se esperava desde o ano passado, mas que simplesmente não teve chances ainda de mostrar a que veio.

O chileno Fierro chegou do Colo-Colo credenciado pelas convocações constantes para a seleção de seu país e pelo status de ídolo em uma das principais equipes de lá. Vinham do Chile as notícias de que é um jogador versátil, capaz de jogar no meio-campo ou na ala, mas que vinha atuando na última temporada no ataque (olha aí o cara pra fazer companhia a Josiel no domingo). E que era conhecido por chutar bem a gol, especialmente de fora da área. Pela descrição, um jogador que poderia ser utilíssimo - mas, até agora, não deu pra ver nada disso. Fierro simplesmente nunca teve a chance de começar um jogo, com Cuca ou Caio Júnior. 

É fato que, nas chances que teve de entrar durante as partidas, Fierro nunca causou nenhum grande impacto no time, e me pareceu mostrar um tanto de ansiedade e nervosismo, especialmente arriscando chutes um tanto precipitados. Mas estou bastante curioso pra ver como vai se sair com um pouco mais de tempo pra colocar a cabeça no lugar e encontrar seu espaço em campo.

• André Monnerat trabalha com marketing e Internet e escreve também no SobreFlamengo.

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