COUNA DE QUARTA FEIRA João Marcelo Maia
Chutes e pitacos
É estranho ver o Flamengo ao lado do Minas e do Pinheiros, pois estes não têm futebol e não devem 200 milhões de reais ou quantias semelhantes. Também devem pagar IPTU regularmente, o que não é nosso caso há 30 anos. Portanto, tenho cá minhas dúvidas que uma distribuição mais equilibrada de recursos que contemple os clubes equacionaria os nossos graves problemas financeiros. Do mesmo modo, já sabemos que a Timemania pode virar uma verdadeira armadilha, dado seu fracasso de público e a necessidade de altos pagamentos mensais como parte do acordo firmado.
O que quero dizer com tudo isso? Que estamos buscando grandes acordos e grandes arquiteturas econômicas que esbarram na persistência dos problemas financeiros cotidianos. Estes devem ser atacados de forma direta. É claro que precisamos de injeção massiva de recursos, mas não podemos repetir os mesmos procedimentos tradicionais (antecipação de receitas de televisão, empréstismo bancários etc.). Não sou economista ou administrador, mas por que não buscar uma engenharia financeira sólida e de longo prazo, que não dependa da costura política em Brasília ou de uma briga infrutífera com o COB?
Sei que esta capacidade para grandes articulações é a maior qualidade de Márcio Braga, mas sinto falta de um planejamento mais criterioso e de longo prazo para o equacionamento das dívidas. O Vasco está tentando algo, com um grupo de empresários comprando os papéis para renegociá-los com desconto e quitá-los. É uma tentativa, por que não imaginar algo parecido? Só sei que nenhum torcedor aguenta mais abrir o jornal e se deparar com outra tumultuada reunião do Conselho, onde se discute mais um "pacotão" com medidas emergenciais.
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