COLUNA DE QUARTA FEIRA João Marcelo Maia
Chutes e pitacos
O mito da base
Leio por aí que o Flamengo é favorito para o Estadual. Por que? "Porque manteve a base", respondem os colunistas, repórteres, jogadores e outros sábios que abundam no cenário esportivo nacional. Ora, mas não foi essa "base" que protagonizou o Grande Vexame diante do América-Mex? Não foi a mesma "base" que transformou o Maracanã num grande antro de frustração coletiva, ao perder e empatar de forma inacreditável partidas para os esquadrões do Atlético-MG, Goiás e Portuguesa? Por que diabos manter essa "base" sem reforços é algo tão positivo assim?
Ao que tudo indica, parte da diretoria está convicta de que a penúria financeira pode ser uma virtude, pois permite transformar a ausência de contratações em sinal positivo de "regularidade", "estabilidade" e "base". Sinceramente, não me convenceram. O time atual pode perfeitamente vencer o Estadual novamente, até pela volúpia com que nossos rivais costumam nos entregar títulos regionais. Mas, para vencer o Brasileiro ou mesmo a Copa do Brasil, será necessário algo mais.
Outros esportes
Leio hoje que o Flamengo irá fazer grandes cortes nas modalidades olímpicas, por conta do aperto financeiro que já se transformou em rotina na Gávea. Nem mesmo o basquete campeão brasileiro escapará, mesmo contando com o pivô Baby no banco, sem contrato definido. A Liga continental começa em pouco tempo, e é essa a preparação feita? Se pensarmos bem, o basquete foi muito mais eficiente e produziu resultados mais impressionantes do que o futebol em 2008. Seria como se tivéssemos vencido o Brasileiro e chegado à final da Libertadores, tendo vencido o Boca Jrs na semi. Pois foi isso que o basquete fez. O prêmio? Incertezas financeiras. Segundo leio também, o futebol "teria feito" sua parte, reduzindo a folha em 300 mil reais. De quanto é a folha mesmo? Dois milhões de reais. Como se vê, dinheiro muito bem investido, pois conquistamos um Estadual. Realmente, o problema são os esportes olímpicos.
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