sábado, 15 de novembro de 2008

INDECISÃO É FORD!
Gosto do Tostão como comentarista. O dr. é um dos participantes daquele time antológico da copa de 1970, quando a seleção ainda era uma paixão nacional e, ao contrário de todos os demais daquele time, raciocina de forma muito ponderada e emite opiniões extremamente bem fundamentadas em sua coluna sobre futebol, que leio na Folha de SP.
Pausa – Se alguém se lembra, aquele time de 1970 foi todo montado pelo João Saldanha, uma figura sensacional e um grande polemista, na época em que se assistia no Rio uma mesa redonda da qual participava também o tricolor Nelson Rodrigues. Era imperdível. Mas João Saldanha é aquele cabra que virou técnico nas eliminatórias da copa de 70 e, ao assumir, convocou os jogadores e escalou o time titular já na convocação. O time tinha um apelido – as “feras do Saldanha”.
Voltando ao Tostão, na sua última coluna ele mencionou um jornalista, cujo nome me fugiu, que classificava os times pelo tipo de jogo, entre aqueles que jogam por poesia e aqueles que jogam em prosa.
Outra pausa – alguém se lembra do último esquadrão brasileiro que jogava realmente por poesia? Olha que são mais de vinte anos e não apareceu nem um outro Fernando Pessoa ou Carlos Drummond de Andrade no futebol, nem os times do Luxemburgo nem de qualquer outro treinador aqui, na Argentina, na Holanda, na Iugoslávia ou na Thecoslováquia, para ficar apenas nos virtuoses do futebol.
Voltando à coluna do dr., ele fez uma análise sobre os atuais 5 candidatos ao título do CB e, guardadas as devidas proporções – porque o futebol hoje é outro departamento – classificou o Cruzeiro e o Palmeiras como times que jogam em poesia, o São Paulo e o Grêmio jogando em prosa e o Flamengo..... bem, segundo Tostão o Flamengo não é nem uma coisa nem outra. É, para resumir, uma metamorfose ambulante, Cada jogo é uma coisa diferente.
Corta para João Saldanha e suas feras, com um time titular que todo mundo sabia escalar de cor. Tem alguma dúvida porque ficou quase impossível o hexa? E por que corremos perigo de não ter nem a Libertadores? Não acho o Caio Jr. um mau técnico. O problema dele é a indefinição. Não consigo entender nem como um cara desses consegue casar, ou comprar um carro, ou uma casa. Ele deve sofrer demais quando chega a uma bifurcação na estrada – vou para a direita ou para a esquerda? Se fosse executivo, estava desempregado. A única certeza na vida dele parece ser o Jaílton. Convenhamos, para o Flamengo é muito, muito pouco.

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