COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat
Ano novo, vida nova - até que ponto?
É claro que a perda do tão sonhado hexa, que o Flamengo viu de perto como não acontecia há mais de dez anos, é dolorida. Cada um tem suas teorias para a derrota (e a enorme maioria não passa pelo "só um pode ser campeão"). Márcio Braga, é claro, tem as dele, e as divide conosco sem grandes restrições. O problema todo é que ele é o presidente, e a teoria dele pode acabar tendo alguma importância no futuro do clube.
Diz o presidente que o Flamengo deixou de ganhar o título por não ter a base feita em casa. "Se tivéssemos jogado com o time de juniores, não teríamos perdido aquele jogo de 3x0 para o Atlético-MG".
Talvez. Mas dificilmente teria chegado àquele jogo na posição em que chegou.
Vamos lembrar: 2005, último ano em que o Flamengo lutou contra o rebaixamento - sendo salvo por uma sequência final de resultados milagrosa. Eram da base daquele time Diego, Fernando, Jônatas, Júnior e Fellype Gabriel. Jean ainda foi titular durante boa parte da campanha. Andaram entrando ao longo do campeonato outros pratas da casa, como Róbson, Fabiano Oliveira, Henrique.
A base resolvia?
Já no ano passado, o time-base que deu a arrancada sensacional rumo à Libertadores tinha, formados na Gávea, apenas Íbson e Renato Augusto.
Criar mitos deste tipo não adianta nada. Se o time base do Flamengo este ano contasse com Diego, Thiago Salles, Rodrigo Arroz, Egídio, Erik Flores, Bruno Mezenga e outros, estaria perdido.
Que se entenda: o Flamengo chegou perto, muito perto. O caso está longe de ser o de recomeçar do zero.
(E, claro: 2008 ainda não acabou.)
• André Monnerat é profissional de marketing em Internet, prata da casa e escreve também no SobreFlamengo
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