COLUNA DE SEGUNDA-FEIRA - Hermínio Correa
A ordem agora é superar
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Fim de primeiro turno. Lideramos por 10 rodadas, tivemos boa vantagem sobre os demais, o melhor ataque, o artilheiro. Passados alguns jogos tudo isso ruiu e ao fim de 19 rodadas, estamos apenas na sétima colocação. Pouco para quem pretende o título. Mas, diante das circunstâncias, não está de todo ruim. Afinal, uma seqüência de sete jogos sem vitórias, principalmente em um campeonato extremamente equilibrado, poderia ter derrubado ainda mais a equipe de Caio Junior.
Muita gente já “corneta”, dizendo que não dá mais, que “já era”. Já tem matemático afirmando qual deve ser o índice de desempenho daqui em diante para que o Flamengo chegue ao título. Tivemos, todos nós, que aturar os comentários de “cavalo paraguaio”.
Nessas horas dou de ombros para tudo isso e me volto ao saudosismo. Não é questão de viver somente das glórias do passado, mas da essência do que é o Flamengo: superação! Esta é a nossa chave, é através dela que sempre chegamos às conquistas. Só o Flamengo é capaz de derrubar as desconfianças da torcida, as estatísticas, a eventual superioridade de outras equipes. Só o Flamengo é capaz de avançar sobre qualquer favoritismo e mostrar sua força. Chegamos quando ninguém espera, quando ninguém acredita, sempre foi assim e agora não será diferente.
A diretoria reconheceu sua inércia e, antes tarde do que nunca, começou a contratar. Anunciou ontem Marcelinho Paraíba, uma boa aposta. Jogador experiente, que tem qualidade para suprir o espaço deixado desde a saída do Marcinho. Tem ótima presença no ataque e faz algo que o Flamengo precisa: arrisca de fora da área. E podem surgir mais reforços no decorrer da semana. O padre já fez sua prece. O lindo Manto Sagrado, antes azarado, já venceu. Até Jailton virou herói. Agora é hora de se levantar, repor as energias, retomar a caminhada e mostrar que o importante é terminar como líder apenas e tão somente na 38ª rodada.
O segundo turno está aí e já no primeiro jogo, um grande desafio: um Santos em crise, na zona de rebaixamento, mas jogando na sua casa. Nunca ganhamos uma partida oficial na Vila Belmiro, é o maior tabu no futebol Brasileiro. Lá ganhamos somente um amistoso, em 1976, com gol do Vanderlei Luxemburgo – ele, mesmo, o atual técnico do Palmeiras. Confesso que às vezes fico “fulo” da vida com estatísticas como essa, penso que alguém deveria chegar aos jogadores e dizer que, além dos três pontos, esse jogo vale um tabu de mais de trinta anos. Quebrar tabus não nos dá títulos, mas acho que a menção desses fatos podem fortalecer ainda mais o nosso grupo. Sem dúvida, os três pontos são muito mais importantes, mas, para mim, ver esse tabu quebrado será um grande prenúncio do poder de superação da equipe.
E, sinceramente, eu acredito. Não só numa vitória lá dentro (se Deus permitir, saio de Curitiba a Santos para ver de perto), mas que estamos vivos – mais do que nunca – na disputa pelo hexa. Somos o time da chegada, aquele que se deixar, atropela. Que a arrancada comece domingo em Santos.
Até segunda e saudações rubro-negras, sempre!
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