COLUNA DE QUARTA-FEIRA - João Marcelo Maia
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Chutes e pitacos
A tabela
Há quem não esteja tão preocupado com a turbulência atual na campanha, dado que apenas um ponto nos separa da liderança. Recomendo a esses que olhem com atenção a tabela. São muitos times embolados entre os seis primeiros, e perder três pontos para um adversário direto pode nos levar para fora do G4. O próprio bloco intermediário, aquele que concentra times que estão fora tanto do grupo de cima, quanto do grupo de baixo, ainda não está bem definido.
Os reforços
Li que a comissão técnica e a diretoria estão buscando reforços com o olho em 2009. Ou seja, procuram jogadores jovens que possam render bem na próxima temporada sem maiores problemas de adaptação. É uma estratégia interessante, mas me pergunto se estamos conseguindo tapar os buracos atuais. Vandinho é o terceiro artilheiro da temporada, mas vem de um time sem expressão nacional e cai no meio de uma equipe já razoavelmente estruturada. Vejam o caso do Éder, que vinha treinando bem, mas demorou a ser aproveitado e ainda não convenceu no ataque. Sobre Vágner Love, prefiro nem comentar ainda. A última vez que li declaração do próprio, Love dizia que ninguém do Flamengo o procurara. Vamos ver se não é factóide.
O caso Felipe
Sei que é jogador polêmico, pois ficou marcado pelo jogo contra o Cruzeiro em que atirou o manto ao chão. Ressalte-se que vários outros já deram mostras de desrespeito à instituição e não foram tão vetados e execrados quanto Felipe, talvez por não protagonizarem gestos tão teatrais quanto aquele. Que o sujeito joga bola, é consenso. Resta saber se encaixará bem. Na sua boa fase no Flamengo, Abel montou um esquema especialmente para ele, que jogava aberto na ponta sem maiores obrigações de mobilidade. Dificilmente será escalado assim por Caio Jr, pois deve ocupar a posição de Renato Augusto. Ali, vai ter que prender menos a bola, mover-se com mais agilidade pelo ataque e ser mais rápido no passe. Lembro-me do Cruzeiro de 2004, quando Luxemburgo aproveitou a velocidade dos laterais e postava o Alex para lançá-los em velocidade nos contra-ataques. Mas não dá para esperar uma sintonia fina de Felipe com Juan e Léo Moura, até porque vai pegar o campeonato pelo meio.
Sobre o Palmeiras
É um bom time, especialmente difícil de ser enfrentado no Parque Antártica. Nos últimos anos, contudo, foi um clube que sempre nos salvou de situações periclitantes, em especial nas batalhas contra o rebaixamento. Em cada ano que estivemos à perigo, arrancamos uma vitória importante, algumas até lá dentro. Quem sabe essa escrita recente não se repete? Em termos táticos, a dificuldade principal será evitar o grande volume de jogo deles, com muita presença ofensiva. Para isso, não dá para confiar na velha tática de "fechar atrás e partir em contra-ataques" e o meio vai ter que tocar bem a bola, como no primeiro tempo contra o Atlético-MG. O problema é que Jônatas saiu do time para a entrada de Toró, e já prevejo uma partida em que teremos pouca posse de bola.
A escalação
Tendo a concordar com o Lalas a respeito da opção pela Tropa de Elite no meio. Por que não repetir o Tardelli como quarto homem, encostando em Maxi e Obina? Com a ausência de Jônatas, Ibson vai ficar sobrecarregado na armação, tendo que percorrer longas fatias do campo até soltar a bola de forma efetiva. A única vantagem que vejo é colocar o Christian mais na frente para aproveitar chutes de meia distância e deixar o Toró - que é mais rápido- cuidar dos meias palmeirenses.
Kléberson
Pô, sujeito azarado, hein? Fica fora um tempo, volta com razoável atuação, o time se ressente de um meia com bom toque de bola e ele ainda se machuca de novo?
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