sexta-feira, 13 de junho de 2008

COLUNA DA SEXTA-FEIRA - Ricardo Amorim
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Reflexões de um torcedor exilado

Na verdade, quem é Flamengo não deveria se sentir exilado em lugar nenhum do Brasil. Mas São Paulo é uma terra tão particular que às vezes nos sentimos estrangeiros mesmo sendo brasileiros. Moro aqui desde 2000, aprendi a gostar da cidade, mas ainda não me acostumei às agremiações esquisitas pra que torcem os paulistanos. E nem eles se conformam em ver rubro-negros aos montes, de todas as origens, trajando o Manto sagrado pelas ruas e declarando o seu amor ao Mengão. Resistem à realidade e não percebem que há muito o Flamengo já rompeu as barreiras geopolíticas e é o verdadeiro time nacional do Brasil. Querem duvidar disso, como se as evidências, esportivas, demográficas e estatísticas, pudessem ser distorcidas ao sabor dos argumentos de quem as cita.

Apesar da má vontade local, torcer pelo Mengão em São Paulo pode ser divertido. Adoro quando me perguntam: "mas aqui, qual o seu time?". Respondo, na lata: Flamengo! Ficam sem saber o que dizer e acabam se traindo: "ah, mas no Rio eu torço pra X". Devolvo: comportamento típico de torcedor de time pequeno. E assim vou criando minhas rivalidades particulares, muito mais em clima de gozação do que de rancor.

Quando o Flamengo joga aqui eu vou aos estádios e comprovo a cada vez como é grande a apaixonada nossa torcida. Aliás, minha estréia em campos paulistas não poderia ter sido melhor. Foi no SPFC x Flamengo de 6 de fevereiro de 2000, partida válida pelo Torneio Rio-São Paulo daquele ano. O tricolor do Morumbi abriu 2x0 no primeiro tempo. Estava acompanhado de alguns são-paulinos e do grande amigo e rubro-negro Tiago Petrik. Vimos das numeradas uma virada sensacional, 5x2 pro Mengão no placar final. A cada gol aumentava nossa empolgação e na comemoração do quinto, são-paulinos deixando o estádio, pudemos ouvir uns gritos de "cariocas FDP, voltem pro Rio". Por sorte ficou só nisso e saímos vivos pra contar a história. Depois disso, já estive no Pacaembu (Corinthians), no Canindé (Lusa), no Anacleto Campanela (S. Caetano) e até no Moisés Lucareli (Ponte Preta). Ainda não fui ao Parque Antarctica, mas pretendo estrear lá este ano. Com vitória, claro.

De resto, acompanho os jogos em PPV, sozinho ou com amigos rubro-negros. Fui uma vez ao bar da Fla Sampa (Fla 2 x 0 Grêmio, Brasileiro 2007) e também gostei muito. É sensacional ver que, mesmo longe do Rio, nossa torcida se mantém incomparável e nossa paixão, inabalável.

Agradecimento
Muito obrigado a todos os blogueiros da FlamengoNet pela acolhida. É sempre bom estar entre amigos. Obrigado mesmo.

O time
Continua a briga pelo meio-campo titular. Na disputa saudável pelas posições. Ibson recupera-se e Jonatas vai se afirmando. Cristian é opção tática e Kleberson corre por fora. No ataque, Maxi também mostra serviço: é um reserva no mesmo nível do titular. Tudo isso prova que temos um elenco forte, mas ainda com poucas opções na defesa e nas laterais. Como tem treinado o Dininho?

Gol da semana
O anúncio de que em breve estarão funcionando as embaixadas rubro-negras Brasil afora. Vou lá na repartição paulista emitir meu passaporte.

Mico da semana
O protesto dos vascaínos na CBF, reclamando que a tabela do campeonato favorece o Flamengo. E pior que tinha coisa melhor pra eles fazerem na hora, como assistir aos jogos da Eurocopa.

Personagem da semana
O artilheiro Marcinho. Contestado por alguns, veste o Manto Sagrado com o orgulho e o respeito que exigimos

Para ficar ligado
A saída do preparador Ronaldo Torres, um dos principais responsáveis pela boa fase do time, faz acender uma luz amarela na Gávea. Torçamos para que o substituto esteja à altura.

A rodada
Jogo difícil no Maracanã. A torcida pode fazer a diferença. Vai pra cima deles, Mengo!

Bom final de semana a todos.
Meu nome é Ricardo. Sou Flamengo e tenho uma nega chamada Tereza.
Escrevo aqui às sextas-feiras.

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