DO CÉU AO INFERNO
Estou em estado de luto.
Jogadores, Técnico e Torcedores entraram ontem em clima de festa. Sim, reconheçam, nós também já tínhamos como garantida a classificação. Se houve oba-oba, nós fizemos parte dele. O time até que começou bem a partida, dominando completamente, sufocando o América em seu campo, e perdendo uma chance atrás da outra. Tivéssemos feito um gol na frente, não tenho a menor dúvida que ganharíamos e até chegaríamos a uma goleada em ritmo de treino.
Mas, aí, os mexicanos começaram a desfilar uma sorte absurda, e fizeram em três gols praticamente nas únicas chances que tiveram. Do jeito que foi, perderíamos até para o Cardoso Moreira, Arapiraca ou pro Flamengo de Rondônia. Um contra-ataque rápido. Gol. Um chute meio estranho, com uma curva esquista. Gol. Uma falta despretensiosa, a bola bate no rosto de um dos jogadores na barreira. Gol.
O time, que começou em clima de festa, de jogo-treino, não teve condições de mudar o “dial” para batalha campal, luta, partida sofrida. Surpreendidos e fora de sintonia, foram ao ataque como um amontoado de trapalhões desengonçados. Bastava um só golzinho.
Mas não deu.
Estou de luto.
O vexame é tão grande que sinto que a única maneira do ano não acabar marcado pela vergonha é conquistarmos o Brasileiro. Nada mais interessa. Não quero segundo, terceiro. Não comemorarei classificação para Libertadores. Só me interessa o Hexacampeonato. Que o time aprenda a lição e amadureça.
Eu não consiga ver este time como campeão de uma Libertadores, embora não imaginasse uma desclassificação tão tragicômica. Aliás, parece que os únicos que acreditavam piamente que o Flamengo seria Campeão da Libertadores eram nossos adversários arco-iridescentes, a considerar pela festa que fizeram ontem até de madrugada. Na Tijuca teve carreata, buzinaço, cantoria, gritaria e algazarra até as 3 da manhã. E pelo jeito a Imprensa acordou hoje na mesma vontade de tirar onda com a nossa cara. O Extra já estampa que “choramos por último”. É comovente a alegria deles com nossa desclassificação.
Estou de luto, e assim ficarei.
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