Eu Torço pro Flamengo. Pergunte-me Como.
Fiquei super impressionado com a veemente defesa dos mata-matas feita pelo Aydano A. Motta. O cara mandou muito bem num texto que certamente será muito citado em futuras discussões sobre qual fórmula é a melhor para a disputa do Brasileiro. É muito legal quando vemos que um jornalista defendeu o nosso ponto de vista com eloqüência e elegância, sem apelar pras mistificações tão comuns aos gatos-mestre da imprensa esportiva. O que eu mais me amarrei foi a parte em que ele destaca o caráter épico com que as algumas peladas sem graça da 15ª rodada do Brasileiro poderiam se revestir se estivéssemos disputando o Brasileiro no mata-mata.
Concordo com ele que o mais legal de um campeonato são os grandes dramas, as grandes superações e as grandes surpresas que só os grandes jogos provocam. E pra isso eles precisam valer alguma coisa. De uma maneira muito gauche o Flamengo valorizou esse jogo contra o Cruzeiro. Empatando de bobeira e injustamente com os decadentes botinha e sport e tomando sacode no Beira-Rio o Flamengo conseguiu transformar uma partida que tinha tudo pra ser morna e sem maior interesse em um jogão que vale muito, pelo menos pra nós.
As condições em que se dará esse encontro reúnem muitos ingredientes comuns aos grandes jogos. O cruzeirim embalado, em plena curva ascendente e ainda por cima jogando despreocupado. Sim, despreocupado, porque a essa altura do campeonato os caras já tão de pomba-rolou, é quase impossível alcançar os bambis e desde que fiquem na Zona da Liberta o que vier pra eles é lucro. O Mengão em crise geral, com barrações justas e contusões injustas e impunes destroçando qualquer resquício de conjunto (se é que houve algum), apostando tudo na superação individual. E claro, se fiando na força do Manto Sagrado, que não é pouca coisa.
O meio-de-campo anunciado por Joel dois dias antes do jogo talvez seja um dos maiores enigmas do futebol nacional hoje em dia. Rômulo, Christian, Jailton e Toró soa tão exótico e improvável que fica difícil até emitir opinião. Só sei que são 4 cabeças de área, detalhe que nos faz lembrar daqueles meio-de-campo tipo Caixa Preta, só vamos saber o que tem dentro depois do desastre. Mas é um desastre que, a exemplo de milhares de pousos e decolagens com reversos pinados realizados diariamente em aeroportos com a pista curta em todo o país, pode muito bem não acontecer. Valei-nos, São Judas Tadeu!
Alquebrado, criticado, convulsionado por crises de todos os tipos e tamanhos o Flamengo se preparara para mais uma prova de fogo. Estatísticas, retrospectos, scouts e até os saldos bancários colocam o cruzeirim como favorito para esse jogo. Mas não é exatamente nessas horas que o Flamengo se agiganta? Não é justamente quando a chapa esquenta e quando tudo parece perdido que a força do Manto Sagrado e os ectoplasmas de nossos craques eternos se materializam? Contrastes, vidas em jogo, tudo ou nada. Assim se constroem os jogos épicos. E todo rubro-negro sabe em seu íntimo: essa sempre foi a grande hora do Flamengo.
Mengão Sempre
|