terça-feira, 7 de agosto de 2007

Seria um certo amigo do Souza ?

Prêmio para os dirigentes que o contrataram e para o técnico que pediu para renovar o contrato.
Extraído do Blogol, de André Kfouri

"Aqui vai uma historinha que ilustra como as coisas são feitas no clube em que a voz do técnico é a mais alta, quando o assunto é o time.

O período e o nome do jogador em questão serão omitidos, por motivos evidentes. E também porque o que importa é o milagre, não o santo.

Era uma vez... um jogador que o Grêmio contratou, apesar de seus problemas extra-campo. O rapaz tinha conhecidos hábitos noturnos, com frequência incompatível com sua atividade profissional.

Mano Menezes ligou para outros técnicos que trabalharam com o jogador, e ouviu de todos que seria necessário um acompanhamento mais atento do novo contratado.

Numa conversa particular, Mano foi claro: "Na primeira escorregada, você sai."

A resposta foi algo do tipo: "O senhor não precisa se preocupar comigo."

No começo, não havia um retoque a fazer na conduta do jogador cumpridor de horários, bom de grupo, útil ao time.

Mas coincidentemente com as primeiras informações sobre incursões na noite gaúcha, vieram atuações abaixo da média.

O Grêmio perdeu um jogo, fora de casa, que jamais poderia perder. Jogo que o personagem dessa história não teve pernas para terminar, e foi substituído.

No dia seguinte, o grupo estava de folga, mas ninguém teve coragem de sair de casa.

Só que um certo jogador foi visto na festa promovida por uma faculdade de Porto Alegre, até depois das 4 da manhã.

Próximo jogo, faltou gás outra vez, e nova substituição.

E a história da noite anterior ao início da concentração é coisa de filme de ação.

O baladeiro estava sendo "supervisionado" por dois funcionários do Grêmio. Deixou seu apartamento no início da noite, e saiu pelas ruas da capital gaúcha.

Ao perceber que "não estava sozinho", deu voltas no quarteirão para despistar a escolta, sem sucesso. Até que parou o carro e entrou numa igreja.

Os dois seguranças esperaram do lado de fora da entrada, até que todos foram embora, e nada.

Só no dia seguinte descobriu-se que o destino final do passeio havia sido uma casa noturna.

Na reapresentação do elenco, Mano reunuiu o time no meio do campo.

Perguntou ao rapaz: "Onde você estava ...?"

Silêncio.

Mano continuou, mais ou menos assim: "Eu sei onde você estava. Na festa da faculdade, e na outra noite, na boate. Eu estou aqui para dizer aquilo que você já sabe que vai ouvir. Comigo você não trabalha mais. Nosso supervisor está te esperando na sala dele."

Calado, o jogador levantou e saiu.

Mano deu o treino. Ao final, foi chamado na sala do supervisor, onde o baladeiro, arrependido, chorava.

O técnico o encontrou no canto da sala, de costas para a porta, como uma criança de castigo. Em prantos. "Eu tenho família...", dizia.

Mano respondeu que o boleiro não tinha pensado na família enquanto se divertia até de madrugada. Nem na própria, nem nas famílias dos companheiros que ele deixou na mão por causa dos excessos recentes.

E perguntou se ele lembrava da conversa que os dois tiveram, no primeiro dia.

"É mais forte do que eu, professor...", foi o que se pôde ouvir, em meio aos soluços.

A conversa e a passagem deste jogador pelo Grêmio terminaram ali. "

Post Scriptum: Oportuna a leitura da entrevista do treinador do Grêmio na revista Placar do mês de julho, consoante trecho do site Blog Tricolor:

"
Mano Menezes também falou das dispensas de Somália e Léo Lima. Sobre o primeiro, Mano disse que perguntou ao centroavante onde ele estava nas madrugadas que antecederam os jogos em que o Grêmio não foi bem na série B em 2005. Somália silenciou. Mano Menezes disse pra ele procurar a diretoria do Grêmio para acertar as contas. No caso de Léo Lima, segundo o técnico gremista, o momento era outro. O Grêmio já estava de volta ao seu devido lugar, a primeira divisão, e as circunstâncias eram bem diferentes. Depois das férias, Léo Lima voltou com dez quilos a mais, além disso gostava de contar para os mais novos que apreciava um bom vinho e coisas do tipo. Segundo Mano, não era uma boa influência para o grupo, principalmente para os atletas mais jovens."

Flamengo Net

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