segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Autópsia

O Flamengo renovado e sob nova direção finalmente estreou. Numa das atuações mais escrotas de uma defesa que já se viu na longa história do Campeonato Brasileiro, estreou levando um sacode dos mais previsíveis no absurdo campinho de pelada do Santos. Nem o mais delirante joselito da torcida do Flamengo esperava uma exibição perfeita de um time em que as principais peças atuariam juntas pela primeira vez, mas a ruindade da equipe como um todo superou as mais pessimistas previsões. Por mais desagradável que seja passemos logo aos procedimentos patológicos e retalhemos esse presunto para acabar logo com isso.

Todo mundo jogou mal, tirando alguns poucos minutos do primeiro tempo onde se criou a falsa impressão de que havia um traço de organização tática. Impressão que rapidamente se mostrou equivocada já que o Flamengo continuou a ser um time sem qualquer contundência no ataque. Não chuta, não agride, é time aleijado e inofensivo na maior parte do tempo. Talvez em busca dessa agressividade tática Joel andou trocando as bolas ainda pisando nelas ao mandar enfiar a porrada em nãoseiquenzinho. Injustificável comportamento ogro que se houvesse isonomia no tratamento aos funcionários do clube mereceria punição disciplinar semelhante às aplicadas aos jogadores que envergonham o Flamengo. Joel cometeu um ato além de feio muito burro, já que ainda que seja a instrução preferida de 11 entre 10 técnicos de futebol mundial, nem sempre é proferida aos brados ao lado de um enorme microfone. Por onde o Joel andou desde 2005 pra adotar tal costume? No Flamengo, pelo menos, temos certeza que não foi.

Todo mundo já está cansado de saber disso, mas ainda assim vale destacar a gritante indigência técnica dos nossos zagueiros. Mesmo disputando com concorrentes fortíssimos como a defesa do América de Natal e a do Náutico, que ainda nos ultrapassam em gols sofridos, o título de defesa mais ridícula do Campeonato Brasileiro ninguém tira do Flamengo. Inexplicavelmente grande parte da torcida nutre simpatia pelo Angelim, e o trata como se ele estive um degrau acima de Moisés ou Irineu, cometendo uma das maiores injustiças entre as muitas que lhe podem ser imputadas. O mais que aguardado Fábio Luciano poderá até se mostrar um grande zagueiro, mas enquanto qualquer um dos três patetas estiver em campo o Flamengo só não perde por milagre. Fábio Luciano só poderá ser a solução da nossa defesa se fizer dupla com Jesus Cristo. E com nossos dois laterais que não marcam nem à pau, talvez seja bom deixar alguém na sobra.

É evidente que o Flamengo tem muito que trabalhar. Não apenas no âmbito futebolístico, mas principalmente em defesa da sua dignidade. Para muitas pessoas esse papo de dignidade é frescura, é um caso simples de falta de vergonha na cara. A real é que o Hexacampeonato já tinha ido pras cucuias há muito tempo, uma classificação para a Libertadores só sobrevive na fé dos que acreditam em Thomas Green Morton, no aproveitamento de 87% nas partidas restantes e outros eventos místicos de difícil comprovação. Ou seja, a hercúlea tarefa que o Flamengo tem pela frente terá como recompensa no máximo uma vaga na desprestigiada Sul-Americana ou uma permanência na Primeira Divisão que a cada que ano que passa faz menos por merecer. Isso se chama mediocridade. A torcida em sua infinita sabedoria só sabe de uma coisa: o Flamengo não nasceu pra isso.

Mengão Sempre

Flamengo Net

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